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Especialista rechaça risco de pandemia de peste bubônica

Suspeita da doença em São Gonçalo causou apreensão

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 11 de janeiro de 2019 - 10:08
Paciente deu entrada em unidade municipal de saúde com suspeita da doença
Paciente deu entrada em unidade municipal de saúde com suspeita da doença -

Por Vítor d'Avila*

A população gonçalense está alarmada por causa de um paciente que deu entrada no Hospital Municipal Luiz Palmier (HLP) com suspeita de peste bubônica. A doença matou cerca de 100 milhões de pessoas entre Europa e Ásia, na Idade Média, nos anos 1300.

Seus sintomas são: febre acima de 38º C; dor de cabeça; cansaço em excesso, ínguas inchadas e doloridas e tremedeiras regulares. No entanto, hoje em dia, devido aos avanços da medicina, a doença é considerada extremamente rara e fácil de ser curada.

De acordo com a médica infectologista Marisa Gomes, pesquisadora em saúde pública do Instituto Oswaldo Cruz (Ioc-Fiocruz) e médica da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) do Hospital Federal Servidores do Estado (HFSE), não há motivos para que a população entre em pânico com o possível caso de peste bubônica em São Gonçalo. Ela também explica como ocorre a transmissão da bactéria.

"A peste bubônica é causada pela bactéria Yersinia pestis e causou diversas pandemias no mundo matando muita gente. Tinha um professor que contava as histórias dos casos que chegavam num antigo hospital do Rio de Janeiro, mas isso muito antes dos avanços da medicina que temos hoje. Ela é transmitida por pulga e também por inalação de gotículas da respiração nas formas pneumônicas. Acredito que não apresente risco, porque esta é uma bactéria que pode ser tratada facilmente com os antibióticos que temos disponíveis hoje", explica.

Marisa, porém, pede atenção caso haja, de fato, a contaminação. O tratamento deve ser feito, pois a peste pode causar até mesmo a morte. Também é preciso ter atenção com áreas com infestação de ratos, que podem conter a pulga responsável por transmitir a doença.

"A peste, se não tratada, pode levar à morte. Deve poder causar focos de epidemia até que se saiba o que causou a doença, porque em áreas com infestação de rato, onde tenha a pulga, ou o contato com animais que também são suscetíveis podem levar à contaminação. Mas causar pandemias, como já causou, agora é mais difícil. Pode ser transmitida pelo contato também com tecidos ou secreções de animais infectados, por exemplo", afirma.

A médica também informa algumas formas de prevenção, que ajudam a evitar a contaminação e proliferação da peste bubônica.

"São formas de prevenção, por exemplo, o controle de roedores, usar luvas no contato com carcaça de animais mortos, usar repelente para evitar picada de pulga no ambiente doméstico, no trabalho e também em atividades de lazer, controle de pulgas nos animais de estimação, e, se o seu animal doméstico ficar doente, levar para o veterinário e não deixar que o animal doente durma na sua cama", alertou.

*Estagiário sob supervisão de Thiago Soares

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