Baixista Arthur Maia é sepultado em Niterói, com presença de grandes nomes da MPB
Artistas, familiares e amigos foram dar último adeus ao artista no Cemitério Parque da Colina

Por Sérgio Soares
O último 'show' de Arthur Maia não poderia ter sido feito de forma diferente. Não faltaram emoção, músicas, celebridades da MPB e muitos aplausos para homenageá-lo. Mas para tristeza dos fãs e dos amantes da cultura nacional, a derradeira aparição de um dos mais talentosos músicos de sua geração aconteceu no Cemitério Parque da Colina, na região de Pendotiba, Niterói, onde ele foi sepultado, no fim da tarde desse domingo (16), um dia após ter sofrido um infarto fulminante em casa, na Região Oceânica da cidade.
Os últimos momentos de Arthur Maia ao lado dos familiares, da legião de amigos e artistas que o acompanharam aconteceram na Capela 1 do cemitério, que ficou lotada durante todo o dia. Djavan, Altay Veloso, Mart'nália, Marcos Sabino, Dalto e Renato Hocket, alguns entre os inúmeros nomes com quem Athur trabalhou, foram prestar as últimas homenagens. Entre os os que enviaram coroas de flores, estavam os músicos do Roupa Nova.
Acompanhado do filho, o baterista João Vianna, Djavan parecia não acreditar que 'Arthurzinho', como era conhecido no meio artístico, havia partido. "É difícil acreditar que tenha morrido. Trabalhamos juntos durante quase 20 anos. Ele representava a vida. Estou muito triste", lamentou.
E na concorrida tarde para o "último show' de Arthur", vieram pessoas de longe, como Michael Pipoquinha, 'herdeiro' artístico do músico, que toca o mesmo instrumento que o consagrou: o contrabaixo. "Estava em casa, em São Paulo, quando recebi a notícia da morte dele. Não hesitei. Decidi viajar e me despedir de Arthur, a minha grande referência musical", afirmou. Empunhando um violão, Michael ficou ao lado do caixão de Arthur cantando algumas músicas de sua autoria, como fizeram vários outros amigos. E ao final de cada uma delas, aplausos, muitos aplausos, como nos melhores shows do baixista ao longo de mais de 40 anos de carreira.
Os últimos momentos de Arthur Maia foram marcantes, ao lado de duas ex-esposas e dos filhos Vitor, Júlia, Manoela e Arthurzinho. "Abraçado" a uma bandeira do Botafogo, seu time do coração, e com um cartaz em nome da pequena Cecília, uma de suas três netas, o artista "puxou a 'platéia'de quase 500 pessoas num grande cortejo pelo cemitério, até o "número final". Ao som de instrumentos de percussão, e de mais músicas de Maia, o caixão desceu, para um local que poderia ser apenas uma sepultura a mais.
Não era. Os fãs mais fervorosos acham que 'Arthurzinho' entrou em uma espécie de 'camarim imaginário' e já se prepara para mostrar sua arte em outro lugar, pela eternidade, junto com Tim Maia e tantos outros amigos com quem conviveu por aqui. Certamente, o céu está mais feliz e musical! Fique com Deus, Arthur Maia! E obrigado!