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Itaboraí está em situação de risco para dengue, zika e chikungunya

Niterói e São Gonçalo estão em estado de alerta

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 14 de dezembro de 2018 - 09:24
Moradores temem surto das doenças em São Gonçalo por conta de tanto lixo espalhado nas ruas. Situação é de alerta na cidade
Moradores temem surto das doenças em São Gonçalo por conta de tanto lixo espalhado nas ruas. Situação é de alerta na cidade -

Por Daniela Scaffo

No estado do Rio de Janeiro, 45 cidades estão em situação de alerta ou risco de surto de dengue, zika e chikungunya, de acordo com o novo Levantamento Rápido de Índices de Infestação pelo Aedes aegypti (LIRAa) de 2018. Entre eles, Itaboraí está em situação de risco, Niterói e São Gonçalo em alerta. Somente Maricá apresentou o Índice de Infestação Predial (IIP) satisfatório.

Apesar do risco de surto, moradores relatam que não estão vendo mobilização adequada da população para o destino correto do lixo. Na Rua Carlos Pascoal, em Alcântara, por exemplo, pneus, móveis, garrafas e outros objetos foram encontrados despejados na rua.

O supervisor de armazém Gabriel Sampaio, de 29 anos, contou que seus filhos, de 1 e 3 anos, pegaram o vírus da Zika, enquanto sua esposa e ele adquiriram chikungunya.

“Há cerca de um mês, todos na minha casa acabamos contraindo a doença. Apesar de cuidarmos do nosso quintal, nem todo mundo tem a mesma atitude”, explicou Gabriel, que mora no Arsenal.

O vendedor Luiz Paulo Sampaio Ferreira, 36, contou que trabalha no Coelho e diariamente vê pessoas despejando o lixo no local.

“Na minha família, teve casos de chikungunya e dengue. Minha esposa, há seis meses, contraiu dengue e ficou muito mal. São Gonçalo está completamente abandonada”, disse o vendedor.

Segundo a Prefeitura de São Gonçalo, dos 92 bairros do município, 35 apresentam resultado satisfatório, 46 estão em estado de alerta e sete em alto risco, que apresentam maior índice de infestação. São eles: Mutuapira, Jardim República, Santa Izabel, Fazenda dos Mineiros, Jardim Tiradentes, Ipiíba e Vila Iara.

“A Vigilância Ambiental realiza ações diariamente visitas domiciliares para prestar orientações e localizar possíveis focos do Aedes aegypti, realizando orientações aos moradores, procurando focos, palestras em escolas, condomínios, unidades de saúde, a fim de orientar a população”, informou a Prefeitura, em nota.

Já a Secretaria de Saúde de Maricá esclareceu que foram confirmados 14 casos de dengue em 2016, 140 em 2017 e até outubro deste ano foram 208 casos. Foram três confirmações de Chikungunya em 2016, 145 em 2017 e 591 até outubro de 2018. Já para casos de zika foram confirmados 96 em 2016, seis em 2017 e 20 até outubro deste ano. Para reduzir esses casos, a secretaria realiza ações de identificação e tratamento dos focos localizados, além da circulação de carros fumacê em rotas estabelecidas conforme as notificações de casos.

Para auxiliar na redução dos índices de infestação pelo mosquito Aedes Aegypti no município de Itaboraí, a Secretaria Municipal de Saúde informou, por meio da subsecretaria de Vigilância em Saúde, que lançou o Projeto “Brigada contra as arboviroses”. A iniciativa consiste em realizar parcerias com as empresas privadas do município para formação de funcionários e habilitá-los na função de Brigadista contra as Arboviroses, para que, dentro de suas respectivas empresas, sejam capazes de encontrar possíveis focos do mosquito transmissor dos vírus da dengue, febre amarela, zica e chikungunya. 


Mais de 241 mil casos de dengue em todo o Brasil  

Segundo o Ministério da Saúde, até o último dia 3, foram notificados 241.664 casos de dengue em todo o país, um pequeno aumento em relação ao mesmo período de 2017 (232.372). A taxa de incidência, que considera a proporção de casos por habitantes, é de 115,9 casos/100 mil habitantes.

Em comparação ao número de óbitos, a queda é de cerca de 19% em relação ao mesmo período do ano anterior, passando de 176 mortes em 2017 para 142 neste ano.

No mesmo período, foram notificados 84.294 casos de chikungunya no país, redução de 54% em relação ao mesmo período de 2017 (184.344). A taxa de incidência, que considera a proporção de casos por habitantes, é de 40,4 casos/100 mil habitantes. 

Em comparação ao número de óbitos, a queda é de 81,6% em relação ao mesmo período do ano anterior, passando de 191 mortes em 2017 para 35 neste ano.

Também foram notificados 8.024 casos de zika em todo o país, redução de 53% em relação ao mesmo período de 2017 (17.025). A taxa de incidência, que considera a proporção de casos por habitantes, é de 3,8 casos/100 mil habitantes. Neste ano, foram quatro óbitos por Zika.

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