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Projeto ‘Eu sou+1’ leva oportunidades para crianças através da música

Iniciativa começou em 2015 e também oferece aulas de violino

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 09 de dezembro de 2018 - 11:38
O projeto ‘Eu Sou+1’, de música para crianças, só sobrevive na base do trabalho dos voluntários
O projeto ‘Eu Sou+1’, de música para crianças, só sobrevive na base do trabalho dos voluntários -

Por Cyntia Fonseca

Tentar minimizar a desigualdade social dentro de comunidades periféricas por si só já um desafio. Trabalhar em projetos sociais para crianças, nem se fala. Mas, uma outra questão tem dificultado ainda mais a realização de programas voltados à cidadania e desenvolvimento social com crianças e jovens em São Gonçalo: a apatia social. Essa é a constatação do marinheiro e ex-pescador Daniel Freire, coordenador-geral do projeto “Eu Sou+1”, que há três anos leva oportunidades a crianças por meio da música em São Gonçalo.

O projeto, que começou com toda força em 2015 e ganhou repercussão na imprensa devido ao inusitado - aulas de violino dentro da Associação de Moradores e Pescadores do bairro Pontal - hoje se mantém “a duras penas”.

“Temos uma demanda sociocultural e social na área infantil muito grande em São Gonçalo. Foram vários estudos feitos, inclusive com o Instituto de Segurança Pública, o ISP, sobre IDH na cidade, mortalidade, violência. A demanda é grande, todo mundo vê, mas é preciso algo que sensibilize, comova as pessoas, para que se solidarizem. Isso tem que parar. É preciso um amadurecimento, principalmente do empresariado da cidade”, reflete Daniel Freire.

Segundo ele, conforme o tempo avança, avançam também as demandas do projeto. Sem estrutura básica para a realização das aulas e sem recursos para manutenção dos instrumentos musicais, torna-se cada dia mais complicado manter ou mesmo evoluir o movimento social.

“Atualmente, o projeto se mantém com uma doação fixa de R$ 200 para ajuda de custo da professora de música e flauta doce. Todo o trabalho feito é voluntário, e claro, esse valor não chega a ser um pagamento, porque se fosse salário o valor seria muito maior. Para as outras despesas, como alimentação para as crianças e manutenção dos instrumentos, os voluntários complementam com dinheiro do próprio bolso. Temos uma financeira que cuida disso, e a professora Priscila Amorim, que é credenciada pelo Microempreendedor individual (Mei) faz o repasse dos valores e presta contas”, explica o coordenador, acrescentando ainda que há instrumentos, entre flautas e violinos, inutilizados, aguardando manutenção. Em algumas aulas faltam, inclusive, cadeiras para as crianças.

Com isso, Daniel divide o tempo entre articular reuniões com empresas para captar recursos e administrar o projeto, além do seu emprego e vida particulares.

“Estamos de verdade fazendo um apelo para que não haja mais essa apatia social, especialmente em São Gonçalo”, completa o coordenador.

Quem tiver interesse em fazer doações ou parcerias, pode fazer contato pela página do projeto no Facebook, “Eu Sou +1”.

Apatia social - A expressão apatia social é usada para definir as pessoas que não se importam com as condições políticas e sociais do país e preferem não agir de forma alguma contra, por exemplo, a corrupção (fonte: SignificadosBR).

Luz no fim do túnel para obter recursos

A Secretaria de Estadual de Cultura reconheceu o projeto “Eu sou +1” como projeto viável. Com essa chancela, o movimento social agora pode oficialmente receber recursos de qualquer empresa dentro de São Gonçalo. Todo valor doado retorna ao empresário com a declaração do imposto de renda.

O reconhecimento do órgão estadual é um grande passo para facilitar a chegada de recursos de micro a grandes empresários, segundo Daniel Freire.

“Tive reuniões com algumas empresas que se interessaram, mas todas do Rio, nenhuma de São Gonçalo ainda”, revelou.

O projeto - Tudo começou em 2015, a partir de uma ideia compartilhada entre Daniel e o amigo de infância e também ex-pescador, Fábio Rodrigues, 39. A aulas começaram na Associação de Moradores e Pescadores no bairro Pontal, e posteriormente foram transferidas para um templo cedido por uma igreja.

Eram oito violinos revezados entre as crianças. Com o avanço do projeto, um núcleo foi aberto em outro templo cedido, desta vez no Mutuapira, para aulas de flauta doce. Na época, a repercussão rendeu um convite de apresentação das crianças em uma programação de fim de ano no shopping, além de participação em outros eventos.

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