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Últimas vítimas de desabamento são sepultadas em Niterói

Duas mulheres e duas crianças foram enterradas

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 13 de novembro de 2018 - 07:40
Martha Pereira Romero, de 61 anos, foi uma das moradoras que morreram na tragédia
Dalvina
Martha Pereira Romero, de 61 anos, foi uma das moradoras que morreram na tragédia Dalvina -

Por Marcela Freitas

Foram sepultados ontem, os corpos das últimas vítimas da tragédia, do Morro da Boa Esperança, em Piratininga Niterói. Pela manhã, foram enterradas no Cemitério do Maruí, no Barreto, os corpos de Dalvina Martins, 56 e Marta Pereira Romero, 61, umas das 15 vítimas.

De acordo com amigas de Marta, que era solteira e não tinha filhos, era um desejo antigo dela deixar a comunidade, onde viveu por quase 30 anos.

“ Ela sempre se preocupou com a pedra que ficava em cima da casa dela. Ela falava que sairia de lá e que já estava com as malas prontas”, relembrou a vendedora Tatiana Martins da Silva, 37 anos.

Marta foi uma das últimas vítimas a ser retirada dos escombros. A procura por notícias dela mobilizou vários vizinhos, que durante toda a busca, iam até o local da tragédia saber se ela já havia sido encontrada.

“Marta era muito querida por todos. Uma pessoa muito boa e, por isso, todos estávamos preocupados com ela. A Marta morava sozinha e sonhava em sair dali. Ela falava muito sobre seu desejo de mudança”, contou a vendedora Maria José da Silva, 51, que deixou a comunidade há 15 anos, por conta dos riscos do local.

Dalvina, é mãe de Wallace Martins, que está internado no Hospital Estadual Azevedo Lima (Heal). E tem estado de saúde estável. A cunhada dela disse que soube a notícia da tragédia pela televisão.

“Quando ouvi que entre as vítimas estavam Dalvina e Wallace, me deu uma tremedeira e comecei a ligar para a família. Infelizmente, tivemos a confirmação “, disse Rosângela Freixo, 51, ressaltando que ela não comentava sobre os riscos do local.

A tia, Maria Gomes Marins, disse que Dalvina era uma guerreira. “Ela era uma trabalhadora que estava sempre disposta a ajudar o próximo. Criou três filhos maravilhosos que cuidavam muito bem dela. Ela não merecia isso. Sempre foi uma pessoa muito boa”, afirmou.

Na tarde de ontem, também foram sepultados no cemitério do Maruí, os irmãos Nicole Caetano Carvalho, 10 meses e Arthur Caetano Carvalho, de três anos, que não resistiu aos ferimentos e teve parada cardíaca e falência múltipla dos órgãos enquanto estava internado no Heal.

Órgãos prestam serviços

Equipes do Detran e da Defesoria Pública do Estado foram até a comunidade da Boa Esperança para fazer o acolhimento das famílias atingidas pelo desastre, possibilitando assim a retirada de novos documentos de identificação civil para as 22 famílias atingidas pelo desabamento em Niterói.

“Estamos prestando assistência jurídica e facilitando com a parceria do Detran a retirada de identidade, carteira de motorista, certidão de nascimento, casamento e óbito. Caso a pessoa seja do Rio ela já sai com o documento na hora, mas se for de outro estado, entregaremos em uma data posterior”, explicou a defensora pública Anik Quintanilha.

A esteticista Tacila dos Santos, de 21 anos, foi um das que recorreu ao serviço. Ela teve a casa interditada, após o imóvel ser atingido pelos escombros.

“Na hora, estava em casa com meus dois filhos, minha mãe e um sobrinho. Fui acordada por vizinhos, que acreditavam que minha casa havia caído. Não pude mais retornar ao meu imóvel. Não sei como vai ser daqui para frente. Morava de aluguel ali e estou na casa da minha mãe. Não sei se vou receber o aluguel social. Não sei como começar”, disse.

Ação - A Prefeitura de Niterói informou que prioriza ontem, o acolhimento das vítimas da comunidade da Boa Esperança, em Piratininga. O Município trabalha na elaboração do projeto de lei que amplia o escopo do Aluguel Social, para incluir o pagamento do benefício para essas famílias. O projeto será enviado para a Câmara dos Vereadores, em regime de urgência, hoje. Unidades habitacionais já em construção no bairro do Fonseca serão entregues, no dia 20 de dezembro, às 22 famílias das residências afetadas.

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