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Moradores do ‘Minha Casa Minha Vida’ relatam problemas de estrutura nos apartamentos

Rachaduras nos prédios são o que mais preocupa

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 27 de outubro de 2018 - 11:20
Moradores reclamam que prédios estão com rachaduras e que têm dificuldades para pagar contas
Moradores reclamam que prédios estão com rachaduras e que têm dificuldades para pagar contas -

Em junho de 2016, a Prefeitura de Niterói e a Caixa Econômica Federal (CEF), através do Programa ‘Minha Casa, Minha Vida’ (MCMV), iniciaram a entrega dos 600 apartamentos do conjunto habitacional localizado no Caramujo, na Zona Norte da cidade. Entretanto, segundo os síndicos dos três condomínios do conjunto, o cenário é de abandono e de preocupação por parte dos moradores, devido a rachaduras em alguns dos apartamentos.

A equipe de O SÃO GONÇALO esteve no conjunto habitacional, na última quinta-feira (25), e conversou com moradores e síndicos dos três condomínios. Um deles, e o primeiro a ser inaugurado, o Residencial Parque Açú, tem prédios com vários pontos de rachaduras, que deixam síndicos e moradores preocupados. Segundo eles, não é a primeira vez que isso acontece.

“Durante um período de três meses, nós tivemos que sair dos apartamentos pelo risco de desabamento que ameaçava grande parte do condomínio. Ele fizeram intervenções, mas agora o problema voltou e estamos muito preocupados. Pedimos ajuda para que os responsáveis realizem a manutenção, para não ocorrer uma tragédia”, afirmou o autônomo Juarez Silva, um dos 140 moradores do Parque Açu.

De acordo com os administradores, o conjunto habitacional passa por dificuldades para manter em dia os pagamentos das contas de energia, água e fornecimento de gás, com cerca de quatro meses de atraso. Sobre as contas de energia e gás, cada morador fica responsável pelos pagamentos de seu apartamento e o condomínio arca com gastos de áreas comuns.

Já a conta da água é um valor geral, ou seja, se o condomínio não realizar o pagamento a Águas de Niterói corta o fornecimento para todos os moradores.

“É muito difícil conviver com esse abandono. Nós precisamos de apoio para administrar os três condomínios. As contas são muito altas e achamos muito fácil inaugurar, ‘jogar’ um monte de gente aqui dentro e depois sumir. Queremos uma atenção especial, mas temos a ciência que aqui é área de risco e muitas pessoas têm medo de chegar”, afirmou o síndico do Residencial Parque Abaré, Carlos Franco.

Investigações - De acordo com investigações de policiais da 78ªDP (Fonseca), traficantes estariam cobrando taxa de R$ 120 de cada morador dos três condomínios. Entretanto, de acordo com os síndicos, cada morador paga somente uma taxa de R$ 50 para o condomínio para a manutenção dos apartamentos.

“Sabemos que cerca de 50% dos moradores dos condomínios não têm condição nem de arcar com o custo mensal dos apartamentos, que é bem pequeno com relação a outros aluguéis. Diante desse cenário, é quase impossível manter as contas de luz e energia em dia, além do pagamento dos funcionários que trabalham todo dia e se dedicam bastante para manter o bom funcionamento do condomínio”, disse o síndico do Residencial Parque Araxá, Paulo Silva.

O ‘Minha Casa, Minha Vida’ do Caramujo possui 600 apartamentos divididos em três condomínios: o Residencial Parque Açú, com 140 apartamentos, Residencial Parque Araxá, com 220, e Parque Abaré, com 240 apartamentos.

Questionada sobre os problemas, a Caixa Econômica Federal informou que “ as fissuras no Residencial Parque Açú já estão sendo averiguadas para que seja realizado o tratamento pertinente”. Já a construtora Cury afirmou, por meio de nota, que "constatou uma pequena fissura a nível de revestimento, não ocasionando nenhum dano estrutural tão pouco risco a edificação. Ainda assim, a projetista estrutural foi acionada e, após análise detalhada da situação, corroborou com o parecer inicial. Também foi observado trinca em pisos de calçadas, que são totalmente independentes da edificação, causados por acomodação do terreno. Uma equipe de operários será destacada para realizar os reparos necessários. A Cury informou ainda que preza pelo bem-estar e segurança dos moradores dos empreendimentos por ela construído, sendo este pré-requisito da operação, e afirmou que está à disposição para maiores esclarecimentos sempre que necessário”. A Prefeitura de Niterói não se manifestou.

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