Professores de São Gonçalo podem entrar em greve em agosto
Docentes pedem adequação do salário ao piso nacional

Por Dayse Alvarenga e Alan Emiliano
“O Arraiá é nosso, mas a quadrilha é deles”. Com esse tema, profissionais da rede municipal de ensino de São Gonçalo, que estão em paralisação de 48 horas, realizaram uma festa junina em forma de protesto, na manhã de ontem, em frente à sede da Prefeitura, no Centro. Uma assembleia será realizada, hoje, no Colégio Municipal Castello Branco, no Boaçu, para debater sobre os rumos do movimento mas a expectativa é confirmar a decisão de greve em agosto, na volta das férias, como já anunciado durante a manifestação.
Segundo o núcleo gonçalense do Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (Sepe), os professores da rede municipal de ensino em início de carreira recebem o salário de R$ 933, enquanto o piso nacional diz que deveria ser de R$ 1.264,34. Além disso, segundo o sindicato, outros profissionais, como auxiliares de creche, inspetores e merendeiras, também ganham menos em relação à rede nacional de ensino.
A direção do Sepe informou que o motivo da paralisação é o descumprimento de um acordo da Prefeitura de São Gonçalo com o Ministério Público, através do qual deveria estar sendo pago, desde maio, uma adequação salarial aos profissionais de educação da cidade.
“Nós não estamos querendo fazer baderna, tampouco atrapalhar a vida da população. O que estamos reivindicando são os nossos direitos, que há anos a Prefeitura não cumpre com seus deveres. Não adianta afirmar que não tem dinheiro para a educação, pois sabemos que os investimentos são feitos para a educação da cidade”, afirmou uma das diretoras do Sepe-SG, Maria do Nascimento.
Além disso, os profissionais da Educação também reivindicam melhores condições de trabalho, além do aumento dos profissionais de apoio para crianças especiais na rede municipal de ensino.
Questionada sobre as reivindicações dos professores, a Prefeitura de São Gonçalo afirmou que “está empenhada em melhorar as condições de trabalho de toda a rede”. Quanto às reivindicações salariais diz que não houve quebra no acordo com a categoria. “O acordo está mantido, porém é preciso cumprir os trâmites legais, com a devida autorização da Câmara de Vereadores sobre o aumento da despesa”.