Morador do Pita depende de transporte especial para continuar tratamento
Ex-motoboy fazia fisioterapia no Into quando teve o serviço interrompido

“Eu que sempre trabalhei a minha vida inteira, nunca pensei que me tornaria prisioneiro dentro da minha própria casa”. O relato emocionado é de quem, com dificuldades de locomoção, não sabe mais a quem recorrer para conseguir o tratamento de saúde necessário e manter o mínimo de qualidade de vida.
Morador do Pita, em São Gonçalo, o ex-motoboy Marcelo Augusto Batista de Souza, de 40 anos, sofreu um acidente há oito anos e, desde então, esteve em tratamento no Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into).
Foram mais de 10 cirurgias e, durante esse tempo, acabou precisando amputar a perna direita por conta de uma infecção. Mas o maior drama, Marcelo tem vivido desde dezembro do ano passado, quando teve o atendimento da fisioterapia interrompido.
Ele deveria ampliar a licença dada pelo INSS para o pós-operatório, porém obeso e deficiente, Marcelo vive uma dura rotina de dificuldades de locomoção até mesmo dentro da própria vila onde mora com a mãe, a técnica de enfermagem Elisandre Maria Batista, de 61 anos.
Além disso, a cadeira de rodas que utiliza é muito grande para subir os degraus dos ônibus e, por isso, ele depende do transporte especial da Prefeitura para continuar o tratamento. Desde dezembro do ano passado, ele está sem acesso ao serviço público.
“Já fui ao Cras do Engenho Pequeno, disseram que eu seria atendido no programa de saúde domiciliar. Mas na Secretaria de Saúde dizem que a localidade onde moro não oferece o atendimento em casa e eu teria que procurar a unidade de saúde no Barro Vermelho. Mas nem os telefones funcionam para eu tentar uma solução sem precisar ir até lá. Minha mãe sai para trabalhar e eu fico restrito à minha própria casa, ao meu quarto”, desabafou.
A Secretaria Municipal de Saúde informou que entrará em contato com Marcelo para solução do problema.