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Projeto de limpeza não sai do papel e rios continuam poluídos em São Gonçalo

Medo de enchentes atinge milhares de moradores

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 12 de junho de 2018 - 09:38
Segundo os moradores, o rio Capote, em Tribobó, não é dragado há pelo menos 15 anos
Ivanildo da Silva
Segundo os moradores, o rio Capote, em Tribobó, não é dragado há pelo menos 15 anos Ivanildo da Silva -

Por Marcela Freitas

No mês que se comemora a importância da valorização do meio ambiente, São Gonçalo tem pouca coisa a celebrar. O assoreamento dos rios da região faz crescer na população o medo das enchentes que, ao longo dos anos, tem prejudicado a vida de milhares de famílias.

Esses problemas poderiam ser solucionados se saísse do papel a promessa feita no ano 2000 com o Programa de Despoluição da Baía de Guanabara, por parte do Governo do Estado, que tinha como objetivo limpar as águas com a construção de estações de tratamento de esgoto. Mas o projeto não saiu como o esperado e até hoje a população sofre com a não realização da obra.

O plano de despoluição previa, por exemplo, a implantação do sistema de coleta e tratamento de esgotos da Bacia do Rio Alcântara, com 92 quilômetros de extensão, mas a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE Alcântara) ainda não foi concluída.

Na manhã de ontem, O SÃO GONÇALO percorreu os bairros de Tribobó, Boaçu, Vila Iara e Alcântara, e a queixa dos moradores é a mesma: a falta de medidas efetivas que garantem a limpeza da região.

Morador da Rua Diácono Casa Nova, em Tribobó, Ernani Martins, de 52 anos, conta que já viu muitas famílias ribeirinhas perderem tudo com os alagamentos. Ele lembra que o rio Capote não é dragado há pelo menos 15 anos. Na última limpeza, segundo ele, todo o lixo foi colocado às margens do rio e bastou chover para que toda a lama impedisse novamente o curso do rio.

“Medidas simples, como a colocação de uma caçamba aqui poderia resolver parte do problema. As pessoas depositam o lixo às margens do rio, porque há dificuldade da coleta e basta chover para que tudo vá parar dentro do rio. A população tem que fazer sua parte, mas não adianta buscar alternativas sozinhos. O governo precisa agir”, afirmou.

Sobre a colocação da caçamba, a Prefeitura de São Gonçalo informou que uma equipe avaliará o local para uma solução.

O Instituto do Ambiente (Inea) informou que não há previsão para a limpeza dos rios mencionados. Sobre a ETE Alcântara, o órgão disse que depende de recursos do BID, com o aval do governo federal.

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