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População sofre com hospitais abandonados em São Gonçalo

De acordo com denúncias, locais viraram 'depósito de lixo'

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 29 de maio de 2018 - 09:59
A Casa de Saúde Vila Paraíso é uma das muitas unidades em SG cercada pelo mato e lixo
A Casa de Saúde Vila Paraíso é uma das muitas unidades em SG cercada pelo mato e lixo -


Por Marcela Freitas

A desativação de antigas instalações de hospitais particulares em São Gonçalo preocupa não só pela falta de unidades de saúde de referência como também pelo abandono dos próprios espaços. Na manhã de ontem, uma equipe de O SÃO GONÇALO percorreu unidades em Neves, Paraíso e Alcântara e ouviu reclamações de moradores sobre o acúmulo de lixo nos espaços, o que tem provocado a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, Chikungunya e Zika.

Vizinha da Casa de Saúde Nossa Senhora das Neves, localizada na Rua Marechal Floriano, em Neves, a técnica de enfermagem Rosangela Carvalho, de 54 anos, disse que dois meses após contrair Chikungunya, ela ainda sofre com efeitos da doença. Com dores nas articulações, ela revela que não é a única. Em sua casa, a amiga foi acometida pela Zika, assim como outros vizinhos.

“Moro próximo a esse prédio e me preocupa vê-lo assim. Com certeza no interior dele e na laje pode ter água parada. Aqui no bairro muita gente já foi picada por esse mosquito e ficou doente”, contou.

O coreógrafo Élson Alves, 58, disse conhecer outras pessoas que adoeceram na região.

“Ver essa unidade abandonada me entristece porque temos um equipamento de saúde a menos na cidade e também pelo fato de estar sendo depredado e acumulando lixo. Neste momento, tem dois conhecidos com Chikungunya e não me surpreenderia em saber que o foco vem daqui”, contou.

A Casa de Saúde Nossa Senhora das Neves encerrou as atividades em agosto de 2016. Desde então, o local vem sendo depredado e invadido por usuários de drogas, que até já furtaram peças do imóvel.

Outro espaço que também está abandonado é a Casa de Saúde Vila Paraíso, na Rua Comandante Ari Parreira, no Paraíso, que oferecia atendimento médico, cirúrgico e de geriatria. O prédio oferecido para locação está cheio de lixo e mato.

Morador da Rua Antenor Martins, vizinho ao prédio, o fisioterapeuta Antônio Pereira, 46, disse que várias pessoas contraíram dengue, chikungunya e zika na região.

“Essa clínica está fechada há cerca de sete anos. Já entrei em contato com a Vigilância Sanitária municipal, que atribuiu a fiscalização ao estado”, reclamou.

Outra unidade abandonada que chama atenção na cidade é o antigo Hospital Santa Maria, no Alcântara, também é utilizado como “abrigo” de usuários de drogas. Apesar de tapumes terem sido instalados para impedir a entrada de pessoas, o prédio ainda acumula muito lixo.

De janeiro a maio deste ano, São Gonçalo registrou 5.423 casos de Chikungunya, 1.470 de dengue e 567 de zika.

A Prefeitura de São Gonçalo informou que enviará equipes para fiscalizar os imóveis abandonados.

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