Gamers profissionais tem casa para treinamentos em Niterói

Por Daniela Scaffo

As lan houses foram um ‘boom’ para os jogadores nos anos 2000, que enchiam os estabelecimentos para terem acesso a um computador com internet. A maior parte do público era de ‘players’ de jogos eletrônicos. Hoje, o sucesso entre os jogadores são as gaming houses (casa de jogo, em português), onde jovens trabalham e moram com outros colegas de profissão. As gaming houses são espaços que servem de moradia e centro de treinamento para gamers profissionais. Elas chegaram ao Brasil há apenas cinco anos. Na região, a primeira delas é o Unity Telecom E-Sports, que fica em Camboinhas, Região Oceânica de Niterói.

O gonçalense e diretor geral do Unity, Gabriel Marvila, de 23 anos, contou que a casa foi montada com objetivo de criar um time focado em League of Legends (um tipo de jogo), além de uma base para que pudessem planejar os próximos passos da organização. “Essa casa também serve como cenário de mudança para o Rio de Janeiro. O Estado é muito precário em relação a campeonatos de jogos eletrônicos. Tudo que fazemos aqui na Unity, fazemos tentando desenvolver esse cenário”, disse Gabriel.

A casa em Camboinhas foi inaugurada há apenas três meses. A gaming house conta com comissão técnica, administração, equipe de eventos e psicólogos. A vantagem de ser contratado para atuar em uma gaming house são muitas: infraestrutura completa para jogadores profissionais de jogos eletrônicos, que conta com bons computadores e acesso rápido à internet, além de salas para fazer gravações e ‘live streaming’ (ao vivo) das partidas.

O principal objetivo da Unity, que hoje está no tier 3 (equipe amadora), é treinar para se classificar para o CBLoL, que é o campeonato brasileiro de League of Legends. Nesse ano, todas as equipes que disputam o campeonato são do estado de São Paulo, segundo Gabriel. No CBLoL, oito times se enfrentam em melhores de dois.

Para financiar os gastos com os jogadores, a gaming house realiza eventos, vende camisas oficiais, além de vender ingressos para as transmissões ao vivo. “Nas equipes profissionais, os jogadores podem receber mais de R$ 1 mil, que varia de acordo com o poder aquisitivo da organização; e os ganhadores do CBLoL ganham R$150 mil em premiações. Durante a própria competição, eles já recebem um salário. Aqui na Unity, a gente tem um projeto para desenvolver os jogadores. As equipes de formação não recebem salários, pois estão em processo de aprendizado”, finalizou o diretor.

Seletivas - A Unity está com seletivas para treinar equipes para a próxima classificatória. Para participar, é necessário se cadastrar em https://www.unityesports.com.br/ até o dia 6 de maio. O valor da taxa de inscrição é de R$ 23 para uma posição, sendo disponível a opção de compra para todas as cinco posições no valor de R$ 30.