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Deficientes ficam sem transporte especial em São Gonçalo

Ônibus foi substituído por van sem acessibilidade adequada

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 05 de março de 2018 - 09:38
Ana Beatriz teve o transporte adaptado cortado pela Prefeitura
Ana Beatriz teve o transporte adaptado cortado pela Prefeitura -

Por Marcela Freitas

Ana Beatriz Coutinho da Silva, de 14 anos, é uma jovem que encanta todo mundo com o seu sorriso. Portadora de deficiência neurológica e motora, a menina tinha como uma de suas alegrias, frequentar a Escola Municipal Paulo Freire, no bairro do Porto do Rosa, onde está matriculada na 4ª série do Ensino Fundamental. Esse ano, Ana ganhou mochila e materiais novinhos para que pudesse ir às aulas. Mas nem ela e nem a mãe esperavam que o transporte especial que a levava para o colégio fosse substituído pela Prefeitura de São Gonçalo.

A mãe de Ana, Denise Cristina Rodrigues, 47, contou que no dia 19 de fevereiro, a menina acordou bem cedo para ir à aula, mas o transporte não chegou. À noite, Denise recebeu a notícia que o transporte adaptado tinha sido suspenso. No dia 20, uma van sem qualquer acessibilidade foi buscá-la, no bairro do Zé Garoto, onde mora, para ir à aula. E aí, ela também descobriu que a monitora também foi dispensada. “O motorista da van disse que não desceria para nada. Eu deveria fechar a cadeira e teria que acompanhá-la até a escola e voltar de ônibus para casa. E, na saída da aula, eu deveria ir até a escola de ônibus e voltar na van. Infelizmente, não tenho condições de fazer isso. Apesar de não trabalhar em um emprego fixo, eu faço pequenos bicos para ajudar em casa e não tenho como pagar essas passagens. Assim como a Ana, outras duas crianças cadeirantes também estão sem ir às aulas por não poderem aceitar essas condições”, explicou.

Denise disse que foi até a garagem da Prefeitura e foi informada que essa é a nova norma do prefeito (José Luiz Nanci), já que o antigo ônibus foi direcionado para outra região com mais alunos. “Minha filha acorda todos os dias de manhã chorando com saudade da escola. Esse convívio com outras crianças ajudou muito em seu desenvolvimento. Fui ao Conselho Tutelar, Ministério Público e vou à Defensoria Pública. Sei que o processo é lento e isso me angustia. Por isso, estou implorando por ajuda. Não basta terem tirado o transporte dela para tratamento na Andef? Agora, passamos por mais esse descaso”, lamentou.

A assessoria de imprensa da Prefeitura de São Gonçalo informou que a aluna foi remanejada para o transporte cidadão. O ônibus anterior foi trocado de rota para atender um número maior de alunos.

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