Escola de Pesca do Gradim está fechada há mais de um ano por falta de investimento
Unidade era referência no ensino profissionalizante

A crise financeira do estado provocou cortes em vários setores, levando a falência muitos equipamentos destinados a população. Os cortes afetam áreas essenciais como a Educação. Há mais de um ano, a Escola de Pesca Estadual Ascânio de Faria, no Gradim, não recebe qualquer investimento e precisou fechar as portas. O que resta é um prédio abandonado que vem sendo depredado e saqueado.
Criada em 1998, a Escola funcionou por pouco tempo. Após anos abandono, foi reinaugurada em 2003, através de um convênio entre a Fundação Instituto de Pesca do Estado do RJ (Fiperj) e a Secretaria de Estado de Agricultura e Pesca, o que acabou tornando a escola referência na requalificação profissional e aumento de escolaridade para os pescadores e seus filhos, com cursos gratuitos para a comunidade na área de pesca, informática e culinária.
Em 2009, a Escola ganhou “status” de Centros de Vocação Tecnológicos (CVTs) em parceria com a Faetec (Fundação de Apoio à Escola Técnica), vinculada à Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação. Na época chegaram a ser oferecidos seis cursos, nas áreas de mecânica e beneficiamento de pescado. O ultimo curso profissionalizante ministrado na unidade foi o de formação de aquaviários/pesca. Quando encerrou as atividades, em 2016, a unidade oferecia apenas aulas de língua estrangeira.
O Presidente da Associação de Moradores e Pescadores do bairro Porto Velho e suas Praias, Orivaldo Freire Alves, o Durval, de 65 anos, disse que lamenta a situação em que se encontra a unidade.
“Essa escola contribuiu na formação de muitas pessoas. Eu mesmo já fiz dois cursos aqui. Teve uma época que tínhamos até posto médico, o que facilitava e muito a vida da população local. Conversamos com a direção, que nos informou que em janeiro as atividades serão retomadas”, disse.
Ainda segundo Durval, em 2009 foram iniciadas obras de drenagem, canalização, saneamento e pavimentação no local, mas só a primeira parte foi concluída.
“Na época anunciaram um investimento de R$ 5,6 milhões para obras no local, já que a rua da escola é de difícil acesso.Além disso, o orçamento previa a construção de boxes para pescadores, mas apenas a canalização foi concluída. Já enviamos oficio ao Ministério Publico pedindo explicações para o uso dos recursos”, explicou.
Moradora da região, a comerciante Rosina Rodrigues, 61 anos, já pensa em deixar o local após o abandono da unidade escolar.
“Tenho uma pensão e as vendas caíram muito com o fechamento dessa escola. A rua não oferece um bom acesso, além de toda essa poeira. Essa escola abandonada traz insegurança. Já coloquei meu imóvel a venda”, revelou.