CrossFit: um estilo de vida

Por Rennan Rebello

A prática do CrossFit, criada pelo ex-ginasta americano Greg Glassman para aliar habilidades físicas com desempenhos funcionais, vem crescendo em São Gonçalo. Além dos praticantes, potenciais competidores também têm surgido, como são os casos dos professores de Educação Física Rodrigo Seabra, Paula Braga, ambos de 31 anos, e Joana Fonseca, 26, que praticam a modalidade não apenas como um esporte de alto rendimento mas também como estilo de vida.

Segundo o treinador Rodrigo, vice-campeão em equipe da “Monstar Series”, disputada em Brasília no mês passado, há uma filosofia além do condicionamento físico. “A nossa vida como atleta de CrossFit engloba alimentação, socialização, companheirismo, comprometimento e saúde. Somos todos adeptos, por exemplo, da dieta paleolítica, que consiste em se alimentar através de carnes e gorduras. Conhecemos e convivemos com pessoas que praticam e seguem esse mesmo ritual de alimentação, treino, descanso e lazer”, explicou Rodrigo.

Já as amigas Paula e Joana representam a cidade participando de torneios, como o “Desafio da Serra”, realizado em Nova Friburgo, onde conquistaram a 3ª posição. A dupla sagrou-se também campeã do torneio “Chicks and Barbells”, no Méier, Zona Norte do Rio.

“De três competições que participamos, subimos no pódio duas vezes. Agora estamos nos preparando para outro campeonato, o ‘Wood Sunset’ que será em Niterói, em agosto”, revelou Paula.

O que é - É um esporte fitness de grande popularidade mundial, inventado, em 2000, nos Estados Unidos, na cidade californiana de Santa Cruz pelo esportista Greg Classman que, insatisfeito com as práticas tradicionais nas academias de seu país, criou uma série de exercícios que fortalecem o corpo de uma maneira geral, sem focar em uma habilidade específica.

A prática reforça e estimula capacidades consideradas banais, como agachar, pular e correr, fundamentais para o condicionamento físico e podem ser aplicadas no dia-a-dia.

Professores e atletas

Apesar da preparação visando campeonatos, elas ingressaram no esporte inicialmente por questões profissionais.

“Comecei no CrossFit pelo meu trabalho e não para virar atleta. Entrei para aprender a dar aulas e, aos poucos, fui pegando minhas turmas sozinha. Mudei meu hábitos e comecei a acreditar em mim mesma. Aprendi que sou capaz de me superar a cada dia e me dedicar de verdade a um esporte, o que nunca tinha feito antes. Minha autoestima e força de vontade melhoraram 100%”, explicou Paula.

Joana, que também se especializou em treinamento desportivo e funcional, conta que apesar de sempre ter sido praticante de outros esportes, encontrou no CrossFit tudo o que buscava nas outras modalidades.

“Já pratiquei futsal, kickboxing, muay-thai, judô e até atletismo. Mas estava faltando um que me completasse. Meus treinos são intensos e dispensam atividades complementares, por trabalharem todas as valências físicas, como coordenação motora, força, agilidade, velocidade e cardiorrespiratória. Com isso, meus treinamentos são dinâmicos e fogem da rotina de uma academia. Hoje em dia eu não malho mais”, revelou.

Mas se engana quem pensa que o CrossFit só pode ser praticado em academias, porém é recomendável sempre ser auxiliado por algum profissional da área.

“Aos domingos, costumo ir à orla da Praia de São Francisco, realizo treinos calistênicos, com o peso corporal, como flexões de braço, agachamentos, paralela, barra e pular corda”, completou Joana.