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Vida à espera de cirurgia

Motorista aguarda na fila do Into há um ano e tem auxílio doença negado pelo INSS

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 26 de maio de 2017 - 11:30
Rafael dos Santos precisa de cirurgia para acabar com dificuldades de andar e sentir as dores
Rafael dos Santos precisa de cirurgia para acabar com dificuldades de andar e sentir as dores -

Por Marcela Freitas

“Eu vivo 24 horas por dia com dores. É um sofrimento que parece não ter fim. Movimentos simples, como pegar algo no chão, eu sou incapaz de executar. Preciso realizar a cirurgia que vai me garantir voltar a viver”. O depoimento emocionado é do motorista Rafael dos Santos Guilhen, de 30 anos, morador do Laranjal, em São Gonçalo, que há mais de um ano aguarda por uma cirurgia de artroplastia dos quadris no Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into).

Rafael contou que, há cinco anos, descobriu um câncer na próstata e que após a cirurgia, os médicos descobriram que o câncer havia tomado também a parede de seus rins. Para evitar um novo procedimento cirúrgico, foi indicado que ele realizasse tratamento quimioterápico. O câncer reduziu, mas o corpo de Rafael não recebeu bem as medicações e ele sofreu uma necrose da cabeça femoral nas duas pernas.

“Há dois anos, sofro com as dores. Tudo começou com uma dor na perna direita, que passou para a esquerda. Fui a diversos especialistas até que no Inca (Instituto Nacional do Câncer), onde me tratava da doença, soube que era uma reação à quimioterapia. Hoje, eu tenho dificuldade de andar, subir escadas, abaixar e fazer qualquer movimento que precise das pernas. Não aguento mais esperar nesta fila, que não tem movimentação há três meses. Eu preciso voltar a viver. Estou desesperado”, disse.

Se não bastasse essa falta de respostas ao tratamento, Rafael ainda enfrenta outro problema com o Instituto Nacional de Seguro Social (INSS), que nega o beneficio de auxílio doença.

“Não consigo me levantar sem ajuda e, mesmo assim, tenho meu benefício negado. Fiquei 19 meses tentando o auxílio e consegui receber o benefício por seis meses. Na perícia de retorno, tive o direito ao salário negado. Eu gostaria de estar trabalhando e tendo uma vida normal, mas sem essa cirurgia não consigo. Vivo com a ajuda de parentes e tenho uma filha para cuidar.Trabalhar, hoje, não é uma escolha, é uma necessidade. Mas, para isso, eu preciso ser operado. Não sei mais o que fazer para conseguir este benefício”, afirmou.

A assessoria de imprensa do INSS informou que os procedimentos para pagamento do benefício de Rafael estão em andamento e serão concluídos em breve. Já a assessoria do INTO comunicou que o motorista ocupa a 155º posição da lista para cirurgia de artroplastia total de quadril direito. "Não há dúvida quanto à necessidade do tratamento cirúrgico, porém a situação da paciente tem igual importância e prioridade dos demais pacientes que se encontram nesta fila e aguardando tratamento no Into", diz a nota.

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