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Trabalhadores fazem protesto

Empresa contrata mão de obra do Nordeste para projeto em SG e revolta profissionais da cidade

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 24 de maio de 2017 - 11:30
Dezenas de currículos estão jogados no chão na entrada da obra na Estrada dos Menezes
Dezenas de currículos estão jogados no chão na entrada da obra na Estrada dos Menezes -

Por Marcela Freitas

Trabalhadores de São Gonçalo realizaram, na manhã de ontem, um protesto em frente à obra do Atacadão na Estrada dos Menezes, em Alcântara, em represália a contratação de mão de obra do Nordeste em detrimento dos profissionais capacitados da cidade.

Segundo eles, a normativa existente no município que garante 70% da contratação de mão de obra local não está sendo cumprida pela empresa Pcon Projetos e Construção Ltda. O ajudante Wallace Jardim, morador do Colubandê, disse que, com outros quatro funcionários, criou uma comissão para auxiliar essas contratações, mas foi demitido, na manhã de ontem, o que deixou o grupo ainda mais revoltado.

“A grande maioria dos trabalhadores é do Nordeste e está aqui em alojamentos. Sabemos que todos precisam trabalhar, mas é imprescindível que a mão de obra local seja maior, o que não ocorre. Criei a comissão em busca de diálogo, mas fui demitido. Hoje (ontem), completava dois meses de empresa”, afirmou.

Outra queixa dos trabalhadores é quanto ao descarte dos currículos. De acordo com eles, muitos documentos foram jogados fora. “É um absurdo ver os currículos largados no chão, servindo de cama para cachorro. Achei documentos abandonados e rasguei para evitar que sejam usados por pessoas de má fé”, disse o eletricista Altair de Olinda.

O ajudante de obras Eneas dos Santos, de 32 anos, disse que entregou 12 currículos no local. “Cada folha para impressão é R$5. Já vim aqui mais de 10 vezes a procura de uma oportunidade com o currículo. Ver descartados dessa forma é como a morte da esperança”, lamentou.

A opinião é compartilhada pelo pintor Anderson Alessandro Nunes, 41. “Estou há nove meses desempregado e vivendo com ajuda de parentes. Imprimir um currículo é muito difícil. Acho um desrespeito conosco”, reclamou.

A assessoria de imprensa da construtora Pcon Engenharia informou que mantém processos e contratação de funcionários em linha com a legislação trabalhista. Reforçou, ainda, o compromisso com o desenvolvimento econômico da cidade, valorizando em seus processos seletivos, profissionais da própria região.

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