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Pesquisadores da UFF e de outras duas instituições criam substância para combater tumores

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 23 de maio de 2017 - 18:25

Os professores da Universidade Federal Fluminense (UFF) e da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), com o apoio de pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz- Bahia (Fiocruz-BA), desenvolveram uma nova substância que inibe o crescimento de tumores, especialmente o câncer de mama, um dos que mais matam no Brasil e no mundo. Para criar a nova substância, os pesquisadores empregaram o extrato da folha de Lawsonia inermis L.,popularmente conhecida como mehndi ou henna, “cosmético” usado na pintura de cabelos, pele e unhas.

Com a descoberta, novas estratégias para o tratamento da doença podem ser desenvolvidas melhorando o quadro clínico e a qualidade de vida do paciente.

A criação da nova substância, denominada CNFD, teve início em 2013 por professores da UFF e ao longo do estudo os testes foram realizados pelos pesquisadores da UFAM e da Fiocruz-BA.  Além dos testes em células tumorais, foram feitos também em camundongos e revelou uma redução significativa do crescimento e do peso do tumor sem quaisquer efeitos aparentes de toxicidade nos animais. 

“O trabalho conjunto dos professores e pesquisadores da UFF, Fiocruz-BA e da UFAM traz mais do que uma nova substância. É a esperança de muitas mulheres. O novo fármaco é um avanço na química medicinal e pode substituir ou complementar os medicamentos que se tornaram resistentes a doença”, explica o professor e pró-reitor de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação da UFF, Vitor Francisco Ferreira.

"Combater células cancerígenas não é uma tarefa fácil, pois elas se parecem muito com as células sadias. Esta descoberta, além dos benefícios em si, pode representar o primeiro medicamento sintético genuinamente brasileiro nas prateleiras das farmácias", destacou o professor da UFF, Fernando de Carvalho da Silva.

Ainda segundos os pesquisadores, o uso de CNFD, durante os testes, foi mais eficaz em células tumorais, preservando as normais, diminuindo os efeitos adversos decorrentes da terapia.

Para o pesquisador da UFAM, Emerson Silva Lima, a descoberta de novas drogas, principalmente com baixo custo de produção, quando comparadas as que estão no mercado, pode ser uma alternativa interessante para muitos pacientes que são acometidos por esta doença. “Esperamos que o governo e/ou empresas privadas tenham interesse na tecnologia, para que um dia ela possa chegar ao mercado”, ressaltou o pesquisador.

O fármaco está sendo patenteado no Instituto Nacional de Propriedade Industrial e, aprovado nos testes subsequentes e havendo interesse da indústria no seu desenvolvimento, poderá chegar ao mercado em larga escala daqui a cinco anos.

Para o vice-reitor da Universidade Federal Fluminense, Antonio Claudio Lucas da Nóbrega, "a UFF tem ampliado e fortalecido suas parcerias com o objetivo de produzir continuamente conhecimentos originais e transferi-los para a sociedade na forma de solução para os seus problemas. Nesse caso, uma nova molécula, uma vez testada adequadamente, poderá vir a salvar vidas, o que justifica de forma destacada nossa responsabilidade social".

De acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), “a estimativa para o Brasil, biênio 2016-2017, aponta a ocorrência de cerca de 600 mil casos novos de câncer”. Excluindo o câncer de pele não melanoma (cerca de 180 mil novos casos), em torno de 420 mil pessoas terão a doença, perfil semelhante da América Latina e do Caribe, onde os mais frequentes são de mama (58 mil) em mulheres e de próstata (61 mil) em homens.

Segundo estudos também do Inca, em 2016 a previsão foi de ocorrência de 57.960 novos casos. De todos os casos de câncer em mulheres, o de mama corresponde a 28%, a cada ano. Raramente acomete homens (1% do total).

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