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Justiça em prol das mulheres

Intervenção da polícia e expulsão de BBB de programa da TV Globo recebem apoio popular

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 11 de abril de 2017 - 09:30
 Para delegada Débora e Marisa Chaves, a polícia interviu de forma correta no episódio do BBB
Para delegada Débora e Marisa Chaves, a polícia interviu de forma correta no episódio do BBB -

Por Marcela Freitas

Oque muitas vezes é um “tabu” no interior de uma residência, na última semana, foi presenciado por milhares de pessoas, que puderam ver como é formada a teia de um relacionamento abusivo. A violência contra a mulher foi acompanhada pelas dezenas de câmeras instaladas no Big Brother Brasil e as imagens foram amplamente divulgadas.

Por conta dos indícios de agressão verbal, moral e física contra a participante Emilly Araújo, 20 anos, o companheiro da jovem, Marcos Harter, acabou sendo expulso do programa. A eliminação se deu após um clamor popular e da intervenção da Polícia Civil que esteve no programa para ouvir o casal.

Mas, este caso está longe de ser isolado. Longe das câmeras, a violência contra a mulher avança e as vítimas, muitas vezes, não encontram a orientação necessária. De acordo com a última divulgação do Dossiê da Mulher, referente ao ano de 2015, o estado contabilizou 74.931 caso de violência psicológica. Somente neste ano, a Delegacia de Atendimento a Mulher (Deam) de São Gonçalo, já contabiliza 534 registros de agressões contra vítimas do sexo feminino.

De acordo com a fundadora do Movimento de Mulheres de São Gonçalo, Marisa Chaves, a sociedade precisa mudar a forma de ver a violência.

“Chegou um momento na sociedade brasileira que todos nós temos que ser intolerantes à violência doméstica. Não dá mais para convivermos com uma sociedade que banaliza situações que são exibidas em um programa de grande audiência adentrando as famílias brasileiras sem nenhuma crítica. Na última novela, o personagem de José Mayer batia no rosto de sua mulher e, todo mundo aplaudia como se ela tivesse feito por merecer. A TV passou isso sem nenhuma critica”, contou.

Marisa explicou ainda que no caso do programa, ficou claro que a emissora só se posicionou porque a delegada interviu e notificou a emissora. “A agressão foi exibida em cadeia nacional. A medida que esse participante assedia, agride, humilha, acua e a deixa sem qualquer tipo de estratégia de libertação, a delegada titular da Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (DEAM) de Jacarepaguá, Viviane da Costa, agiu corretamente ao intervir no caso e fez o papel dela de polícia. Uma providência precisava ser tomada. Estava deflagrada um violência pública, em horário nobre adentrando os lares brasileiros, onde a sociedade por desinformação se divide. Tinha que ser tomada uma posição”, contou.

Para a delegada titular da Deam de São Gonçalo, Débora Rodrigues, o discurso do participante é comum ao de muitos agressores.

“Quando ele diz que ‘em briga de marido e mulher ninguém mete a colher’, já demonstra um comportamento machista. Esse é o tipo de ditado que pode ser jogado fora. A Policia Civil mete a colher sim. O que vimos ali nas imagens foram sucessivas violências. A violência não tem nada haver com as condições financeira. Vimos um homem esclarecido com pensamentos machistas e isso precisa ser descontraído”, afirmou.

A delegada disse é possível denunciar agressões seja anonimamente ou não. “Quando a violência é de lesão corporal, a ação penal é publica e incondicionada. Qualquer pessoa pode comunicar. Mesmo que a vítima não queira é possível denunciar”, afirmou.

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