Grupos se unem para tentar salvar a Fazenda Colubandê

Cansados de esperar pelas intervenções do poder público em um dos maiores marcos da arquitetura colonial brasileira, três grupos que agiam, separadamente, pela restauração do espaço resolveram se unir contra a destruição da Fazenda Colubandê.
Há quatro anos, o local vive um retrato de abandono, desde a desativação do Batalhão de Polícia Florestal e do Meio Ambiente. O último capítulo de depredação ocorreu em janeiro, quando criminosos furtaram o altar da Capela de Sant’anna, que faz parte do conjunto arquitetônico da fazenda. Os suspeitos levaram o retábulo (estrutura de madeira, mármore ou de outro material que fica por trás ou acima do altar) e alguns azulejos portugueses do estilo barroco rococó.
Integrante do Grupo ‘Fazenda Colubandê, Quem Ama Cuida’, o fotógrafo Sérgio Gomes, de 32 anos, disse que a união com o SOS Fazenda Colubandê e Em Defesa da Fazenda Colubandê deu um novo fôlego para continuar a lutar pelo espaço. “No sábado de Carnaval, limpamos a área e recolhemos lixo e objetos deixados. Não podemos permitir que esse espaço seja depredado”, comentou.
“Um dos historiadores do nosso grupo está preparando a carta Colubandê, que mostra todo o histórico desse espaço, inclusive, sua depredação e furto. Esse documento é um marco na nossa luta. A carta será enviada também para os órgãos competentes e a Portugal”, emendou Regina Meville, 46, integrante do grupo.
Em junho do ano passado, a Seplag publicou no Diário Oficial, autorização provisória à Secretaria de Segurança de São Gonçalo, ficando aquele órgão responsável pela guarda, conservação e manutenção da Fazenda. Na ocasião, a prefeitura manifestou a intenção de instalar a guarda municipal no local, o que não aconteceu. A nova gestão informou que a manutenção e segurança do casarão e da capela histórica são responsabilidade do governo do estado.