Futuro da Uerj de S. Gonçalo e do início das aulas segue indefinido

Por Matheus Merlim
O futuro da Faculdade de Formação de Professores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj-FFP), no Patronato, em São Gonçalo, é uma incógnita. Por falta de pagamento, desde novembro, de salários, bolsas e verba de custeio de manutenção, a volta das aulas, prevista para o próximo dia 17 de janeiro, não está garantida.
De acordo com a diretora do campus, Ana Maria de Almeida Santiago, a unidade sofre com a crise econômica do Estado desde 2015. No entanto, enfatiza que um possível fechamento da FFP-SG só ocorrerá caso a reitoria geral da Uerj decida pelo cancelamento das aulas.
“Hoje, estamos sem condições físicas e humanas de funcionar. E isso não é um problema isolado de São Gonçalo. No ano passado, conseguimos fechar o semestre letivo 2016.1, mas de forma precária. Mesmo assim, precisamos esclarecer que não será uma decisão nossa, caso não volte às aulas. Será uma decisão coletiva da reitoria, entendendo que não há cenário para se oferecer uma educação de qualidade”, declarou.
Os estudantes cotistas que têm a bolsa-permanência, concedida com verba do governo federal, estão sem pagamento desde novembro. Para a vice-diretora do campus, Mariza de Paula Assis, a decisão pelo cancelamento das aulas prejudica o futuro dos alunos e atrasa, cientificamente, pesquisas e projetos de extensão desenvolvidos pela FFP-Uerj.
“Nós não queremos fechar as portas. A gente sabe o quanto isso será ruim, mas estamos sendo forçados a isso. O que a gente quer é que o Estado honre seus compromissos para voltar a dar dignidade ao trabalho do profissional e conceder o direito do estudante de ter acesso a uma universidade de ponta”, explicou.
No ano passado, a unidade sofreu com atrasos nos salários dos funcionários terceirizados, que atuavam na limpeza e na segurança. Esses serviços foram restabelecidos com a troca das empresas. “O mais perverso dessa crise é que se crie uma imagem de uma instituição que presta um serviço precário. Nós, que estamos na linha de frente de atendimento, pagamos a conta pela má administração do Estado”, desabafou Ana Maria.
Em carta enviada ao governador Luiz Fernando Pezão (PMDB), a reitora em exercício da Uerj, Maria Georgina Muniz Washington, afirmou que as unidades de todo o Estado podem fechar, caso não sejam pagos os débitos passados.