Instagram Facebook Twitter Whatsapp
Dólar R$ 5,7967 | Euro R$ 6,2819
Search

Ele vai deixar saudades...

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 24 de dezembro de 2016 - 10:30
Durante 25 anos, Adair levou amor e carinho a muitas crianças. E guarda momentos de emoção
Durante 25 anos, Adair levou amor e carinho a muitas crianças. E guarda momentos de emoção -
  • Por Thiago Soares
  • Depois de 25 natais levando amor e carinho a crianças de comunidades carentes de São Gonçalo, um dos papais-noéis mais antigos do município aposentou o gorro e pendurou as botinas. Adair Isauliago da Silva, conhecido também por Chacrinha, de 82 anos, fez sua última apresentação numa escola particular de Niterói, no último dia 16. Amanhã, na tradicional "Caravana do Papai Noel" realizada por diversos bairros da cidade ele será substituído por outro "Bom Velhinho".
  • A aposentadoria, a contragosto do Papai Noel, chegou em um momento em que a idade começou a pesar na vida de Adair. Já sem forças  para aguentar o acelerado ritmo do Natal, ele deixa, no entanto, um legado de amor e carinho, que se iniciou em 1991, na esquina  de sua casa.
  • "A primeira vez que vesti essa roupa foi em uma escola, na minha rua. A diretora veio correndo aqui em casa, disse que precisava de alguém para se fantasiar e me escolheu. Eu aceitei o convite e tomei gosto pelo trabalho", disse Adair.
  • Em meio a tantos anos levando presentes e esperança às crianças carentes, Adair viveu muitas histórias e se emociona quando lembra de algumas especiais.
  • "Teve uma vez que uma mulher chegou em mim e disse que levou a filha somente para me dar um abraço, pois ela não precisava dos meus presentes. Eu chamei a menininha e perguntei se ela queria alguma coisa. Ela disse que sim e eu dei uma bonequinha. No ouvido dela, eu falei que ela deveria cuidar bem do presente porque eu iria voltar no ano seguinte e queria ver a boneca linda. Seis meses depois, a mãe da menina veio me perguntar o que eu disse para ela naquele dia, pois ela rabiscava todos seus brinquedos, menos o que o Papai Noel tinha lhe dado," contou emocionado. 
  • Para não perder nenhum brinquedo e ter de deixar alguma criança sem o seu presente, Adair chegou a criar uma oficina em sua casa. No local, ele consertava diversos objetos com defeitos que eram doados.
  • "Dois grandes mercados doavam os brinquedos ruins, e a gente consertava aqui. Tudo para ninguém ficar sem presente. Hoje a oficina já não funciona mais. Foi um tempo maravilhoso que não volta mais", revelou. 
  • Após dedicar 35 anos de sua vida à profissão de marítimo, na Marinha Mercante,, o Bom Velhinho encontrou a felicidade de verdade como Papai Noel. Com a voz embargada e uma alegria estampada no rosto, Adair conta que cada segundo valeu a pena.
  • "Valeu muito a pena eu ter me tornado Papai Noel, eu me sentia muito bem fazendo isso. Tudo que você faz com amor e carinho vale a pena. Na verdade, eu não queria me aposentar, mas sei que estou bem cansadinho. Minha mente está boa, mas vou deixar outro gordinho no meu lugar", brincou.
  • Desde os anos 1990, Adair saía em caravana, todo dia 25 de dezembro, para entregar brinquedos, doados de anônimos, para crianças em comunidades de São Gonçalo. Além disso, sua casa era referência quando o assunto eram enfeites de Natal. Todo o ano, a casa de Adair era decorada com renas, muitas luzes e até um caixa de correio especial para as crianças deixarem suas cartinhas.

Matérias Relacionadas