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Discórdia para na delegacia

Estudantes do Clélia Nanci não se entendem em relação a ocupação e eleição para diretor

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 15 de dezembro de 2016 - 10:30
Parte de alunos do Instituto Clélia Nanci quis ocupar a escola, mas outra parte não aceitou com a alegação de que prejudicaria o ano letivo e acionou a polícia
Parte de alunos do Instituto Clélia Nanci quis ocupar a escola, mas outra parte não aceitou com a alegação de que prejudicaria o ano letivo e acionou a polícia -

Por Marcela Freitas

Estudantes do Instituto de Educação Clélia Nanci, na Brasilândia, em São Gonçalo, não se entenderam sobre uma nova ocupação na escola e o caso foi parar na 72ª DP (Mutuá), após a eleição da nova direção da unidade. Um grupo de alunos, com apoio da União Estadual dos Estudantes Secundaristas (UEES), pedia a ocupação por não concordar com a chapa única da eleição. Mas a maior parte foi contra o movimento #ocupaClélia para que o fim do ano letivo não seja prejudicado. A polícia foi acionada e sete pessoas foram conduzidas à delegacia.

De acordo com o presidente do grêmio estudantil e diretor do UESS, Emerson Nogueira, de 18 anos, a nova ocupação tinha como objetivo impedir que ocorresse a votação para a escolha da nova direção. Ainda segundo o aluno do 1º ano do curso normal, a chapa única em nada representa a luta dos estudantes. “Ocupamos a escola, na noite de ontem (terça-feira), com o objetivo de manter o diálogo com os demais estudantes. Mas, ao contrário do que esperávamos, houve um movimento contrário. Lutamos muito para conseguir uma votação direta e não podemos perder esse direito. Essa chapa não nos representa. Queremos uma eleição transparente, com diálogo e representatividade”, afirmou o estudante.

Representante do UEES, Ana Carolina Carpes, 21, disse que o movimento quer contribuir para uma escola melhor. “Queremos dialogar para que seja revista a eleição. Não pode haver manipulação com a criminalização dos movimentos estudantis”, afirmou. Muitos estudantes foram contrários ao #ocupaClélia e invadiram a unidade, impedindo que a ocupação fosse mantida. Aluna do 3º ano, Maria Luiza Barros, 18, disse que uma ocupação prejudicaria o fim do ano letivo. “Participei da primeira ocupação porque as reivindicações eram legítimas. Dessa vez, não concordei. Essa ocupação é só para tumultuar o fim do calendário letivo. Não podemos ser prejudicados”, afirmou. A opinião é compartilhada pela estudante Adrielle Ribeiro, 17. “Na primeira ocupação, conquistamos alguns direitos, entre eles escolher o diretor. Eles alegam que a chapa não os representa, mas não houve interesse de nenhum outro professor na disputa. Não era o momento para este ato. Perdemos provas e já estávamos sendo prejudicados”, afirmou.

De acordo com o advogado do UEES, Eduardo da Costa Souza, os estudantes conduzidos à 72ª DP (Mutuá) foram ouvidos, mas não quiseram representar contra a direção da escola. Foi feito, então, um registro de Comunicações Administrativas (RCA) e os envolvidos foram liberados.

A Secretaria de Estado de Educação (Seeduc) informou que a Lei Nº 7.299, que permite a escolha democrática dos diretores de escolas públicas estaduais e foi amplamente debatida por alunos e professores no Legislativo Estadual (Alerj), estabelece que a comunidade escolar, ou seja, estudantes, funcionários e docentes, votem e escolham os novos diretores, tendo assim participação ativa neste processo.

A Secretaria esclarece que a escola é livre para apresentar quantas chapas quiser. No caso em questão, o Instituto de Educação Clélia Nanci, em São Gonçalo, apresentou somente uma chapa, pois não houve mais interessados. As aulas na unidade acontecerão normalmente hoje.

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