Rio que corta o Sapê está cheio de espuma branca

Moradores do Sapê, em Niterói, estão preocupados com a quantidade de espuma encontrada no Rio Sapê, que corta a Estrada da Florália. Quem vive no local conta que todas as vezes que chove, o fenômeno pode ser observado. Entretanto, nas últimas semanas, a espuma está em maior concentração e invadiu a via principal.
De acordo com a dona de casa Maria Pedreira Nazaré, de 68 anos, a origem da espuma é desconhecida. “Nós, que vivemos nessa região, já nos acostumamos a essa situação, mas quem passa por aqui tem medo de entrar em contato. Esse material é visto, principalmente, em dias de chuva. Não sei o que pode favorecer a formação dessa espuma”, disse.
Para a doméstica Maria José Freire, 49, não é só a espuma que preocupa. A quantidade de lixo também. “A quantidade de água parada torna o local um facilitador para a proliferação do mosquito da dengue (Aedes aegypti). Não duvido dos males também dessa espuma. Não é normal”, afirmou.
De acordo com a bióloga Suéllin Guimarães, o fenômeno pode estar ligado ao esgoto doméstico não tratado, que dificulta a decomposição de detergentes. “Detergentes são biologicamente resistentes e, com o passar do tempo, se acumulam nos rios.
Em concentrações altas, o prejuízo maior é para o meio ambiente, já que impedem a decantação e diminuem a oxigenação da água. Nas pessoas, pode causar intoxicação e problemas respiratórios a quem já tem casos de alergias. Mas para ter certeza desses riscos, seria necessária uma análise da água e do material”, afirmou.
A assessoria de imprensa da Prefeitura de Niterói informou que realizou a limpeza do Rio Sapê em outubro e que uma equipe de fiscais irá ao local para avaliar o problema da espuma.