Nada de sair à francesa

Por Marcela Freitas
O sonho de muitos estudantes é fazer intercâmbio com outros países. Ter domínio de outra língua e a vivência de novos costumes são alguns dos atrativos que levam estudantes a ingressarem no Ciep 449 - Governador Leonel de Moura Brizola Intercultural Brasil-França, em Charitas, Niterói. Há três anos, 52 estudantes estão se preparando para a tão desejada viagem à França, prometida à época da inauguração, do colégio bilíngue, pelo ex-governador Sérgio Cabral. Mas o que era dado como certo, pode não acontecer.
No início desta semana, os estudantes do 1º e 2º anos foram convidados a realizarem a inscrição para o intercâmbio, mas os estudantes do 3º ano foram excluídos da inscrição. De acordo com a aluna do 3º ano, Bruna Moreira, de 17 anos, a justificativa da direção da unidade é que a viagem foi remarcada - de dezembro de 2016 para abril de 2017 - e, neste período, os alunos do 3º ano já não terão mais vínculos com a escola.
“Alguns professores aderiram à greve e teremos aulas até março do próximo ano. Nos preparamos com afinco para essa viagem. Nunca deixamos de acreditar que ela aconteceria, até porque foi uma promessa feita durante a matrícula. Não queremos desmerecer as outras turmas convidadas para viajar, mas é um direito nosso que a promessa seja cumprida”, afirmou.
A estudante Ana Beatriz Flores, 17, contou que, sem esse incentivo, muitos estudantes nunca terão a chance de conhecer o país que estudaram por três anos. “Fizemos um projeto pedagógico para embarcar nesse intercâmbio. Os alunos do terceiro ano, que inauguraram a escola, foram excluídos da viagem. Nos comprometemos a pagar os custos da passagem e não houve diálogo. Temos uma carga diária de mais de 10 horas de aulas. Nos primeiros meses na escola, ganhamos o primeiro lugar em Concurso da Francofonia sem nunca ter tido contato com a língua. Ganhamos também o primeiro lugar no Projeto Herdeiros do Pré-Sal. Ou seja, nos empenhamos para a poucos meses de nossa formatura, sermos comunicados que não haverá viagem. Somos valorizados fora da escola e dentro dela, não”, reclamou.