A venda que era do Cruz

A venda que era do Cruz
Neto de Antônio Luís da Cruz, que deu nome ao bairro Venda da Cruz, conta história da família
>> O funcionário público aposentado Amauri Cruz, 85, conta, orgulhoso, a trajetória do seu avô
No último dia 21 de setembro, O SÃO GONÇALO publicou uma revista em comemoração aos 126 anos de aniversário do município, que trazia a história das grandes fazendas que deram origem aos bairros da cidade. A revista, elogiada pelos leitores, fez o funcionário público aposentado Amauri Cruz, de 85 anos, relembrar a sua infância e a história de seu avô, que deu nome ao bairro Venda da Cruz.
Na página 50 do exemplar, era relatada uma breve explicação sobre Venda da Cruz, região conhecida por conta do comércio de seu avô, Antônio Luís da Cruz, que morreu em 1950, aos 81 anos. Amauri contou que o nome do bairro era originário de uma venda (como os comércios eram chamados), de propriedade de seu avô.
Mas, antes, a localidade, hoje bairro, era conhecida como Venda ‘do’ Cruz e, com o tempo, acabou virando Venda da Cruz. “Vovô era um homem visionário que acreditava no crescimento do local. A venda dele era uma referência para todos e, com o tempo, se tornou o nome da localidade. Ele nasceu em São Gonçalo e amava o bairro. Viveu a vida toda na mesma casa, na Rua Doutor March”, relembrou. E foi no bairro que seu Cruz conheceu D. Henriqueta Dias. Eles tiveram dois filhos: Ataualpa e Venino. Os dois também construíram vida no bairro e tiveram 11 filhos, sendo sete de Ataualpa (Ataulfo, Atalfina, Atanagildo, Maria, Airton, Amauri e Nadia) e quatro de Venino (Aécio, Dilar, Dila e Diva).
“Papai contava muitas histórias sobre a venda. Disse que o governador vinha de charrete beber na venda do vovô. E, graças a essa amizade, ele conseguiu junto ao governador, estender a linha de bonde até a região em que vivíamos”, contou. Orgulhoso da história da família, Amauri, que hoje mora no Rocha, diz que fica feliz com a homenagem ao avô. “Acho justo que ele dê o nome ao bairro. Ele amava aquele local. Hoje, não vivo mais lá, mas gostei muito de viver ali. Pude conviver cerca de 20 anos com meu avô e foi uma experiência enriquecedora. Quero ver a história dele em O SÃO GONÇALO, que é um jornal que leio, diariamente, há mais de 40 anos”, afirmou.