Família teve que cavar sepultura
Dor e constrangimento marcam o enterro de aposentada vítima de infarto em São Gonçalo

Um momento de tristeza se tornou ainda mais trágico para a família da aposentada Telma Regina Sobral, de 58 anos. Os próprios familiares da mulher, que morreu vítima de um infarto no último domingo, tiveram que cavar uma cova mais profunda e larga no Cemitério de Ipiíba, em São Gonçalo. O constrangimento ocorreu devido a um erro de comunicação da funerária Rio Pax, que não enviou as medidas corretas ao cemitério.
Os familiares já não tiveram velório por conta do estado do corpo, que estava inchado. O enterro estava marcado para acontecer às 12h, mas só foi acontecer quase duas horas depois. O atraso ocorreu porque na hora do sepultamento, foi verificado que o espaço reservado era uma cova tradicional. O corpo de Telma ficou todo o tempo dentro de um carro funerário enquanto os familiares cavavam o espaço. “Os coveiros nos falaram e nós vimos que não dava. Tentamos contato com a funerária e eles se esquivaram. Foi aí que nós tomamos a iniciativa e começamos a cavar. Os funcionários da Rio Pax ficaram dentro do carro funerário olhando”, disse Flávia Carvalho, de 31 anos, nora de Telma.
Após nove anos pagando o plano funerário Rio Pax, João Carlos Soares de Andrade, de 65 anos, marido de Telma, ficou constrangido com a situação. Para o aposentado, o caso demonstra negligência com seus clientes. “O sentimento é de total constrangimento. A gente fica nove anos pagando o plano e quando precisamos, somos tratados assim. Além da dor de perder minha mulher, ainda tenho de ter esse estresse para enterrá-la”, lamentou.
O plano funerário Rio Pax foi procurado, mas não deu retorno até o fechamento desta edição.