‘Temos que acertar o que nós erramos neste ano’

Uma parceria entre O SÃO GONÇALO e o restaurante Spoleto deu vida ao ‘Dois pennes e a conta’, que vai trazer uma série de quatro entrevistas com personalidades da região, nas próximas sextas-feiras. Para abrir com chave de ouro, o primeiro entrevistado é Jaime Cezário, carnavalesco da Porto da Pedra, que apresenta detalhes para o desfile da escola em 2017.
O SÃO GONÇALO - O seu retorno para a Porto da Pedra, em 2014, marca a sua terceira passagem pela escola. Porém, pela primeira vez, o objetivo é promover a agremiação de volta para a elite do Carnaval carioca. Neste ano, vocês ficaram na quinta posição e a pressão aumentou. Como está encarando isso?
JAIME CEZÁRIO - É um desafio diferente. Na realidade, temos que acertar o que erramos neste ano, que acabou nos tirando pontos importantes. Até mesmo o samba enredo, que foi um quesito que perdemos muito em pontuação. Fiquei assustado quando cheguei aqui ano passado, com todo mundo muito triste, mas acredito em um bom trabalho e vamos em frente.
OSG - O enredo “Ó Abre-alas que as Marchinhas vão passar! Porto da Pedra é quem vai ganhar... seu coração!” já está definido e ditará o ritmo da escola. Qual o seu objetivo falando sobre este assunto?
JAIME - Eu sonhava em fazer um Carnaval animado e feliz. Sugeri o enredo na escola e foi super aceito. É uma homenagem às marchinhas e, por isso, será um desfile dividido. No primeiro setor, vamos passear entre pierrôs e colombinas, cantarolar as marchinhas e declamar lindos versos de amor. No segundo, vamos para a questão mais politicamente incorreta, para o setor dos deboches. Num terceiro período, entramos nas marchinhas que falam de falcatruas políticas. E, para finalizar, avisamos que deu a louca nas marchinhas. Todo mundo bêbado, abordando diversos assuntos.
OSG - E como está a expectativa para este segundo ano à frente da Porto da Pedra?
JAIME - É lógico que a gente vem para brigar pelo título. Porém, eu considero isso como consequência. Para conquistarmos, teremos de fazer um trabalho bem feito, temos de criar fantasias bonitas, escolher um samba que agrade, ter uma harmonia que funcione.
OSG - Além dos trabalhos na Sapucaí, você também já realizou alguns projetos paralelos. De quais mais se orgulha de ter feito?
JAIME - Eu produzi uma pesquisa de reconhecimento das escolas que desfilam no Rio, que passaram a ser registradas como patrimônio de natureza imaterial do estado. Foi uma coisa grande, uma pesquisa que rendeu mais de 600 páginas. O samba é do Rio e as escolas são símbolos disso, elas mereciam essa homenagem. Outra história que gosto de contar é sobre uma fantasia de baiana que criei e agora é exposta no Museu de Iowa, nos Estados Unidos. Plantei um pouquinho do samba para os norte-americanos.