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Passagem da Tocha decepciona

Atraso, manifestações e muita frustração em São Gonçalo e Niterói

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 03 de agosto de 2016 - 17:47
Manifestantes fecharam a Rua Alfredo Backer e trajeto da Tocha foi transferido  para outro local
Manifestantes fecharam a Rua Alfredo Backer e trajeto da Tocha foi transferido para outro local -

Por Matheus Merlim, Renata Sena e Rennan Rebello

A passagem da Tocha Olímpica por São Gonçalo e Niterói não saiu conforme o planejado. Houve atraso na chegada, manifestações e os revezamentos não foram feitos em todo o trajeto previamente divulgado. O público que esperava para assistir a passagem da Tocha saiu decepcionado de Alcântara, em São Gonçalo, e do Centro de Niterói, pontos que seriam de partida, mas que foram transferidos por conta dos protestos.

Em Alcântara, o público esperava ansioso na Rua Alfredo Backer, onde a prefeitura montou uma tenda. A festa começou com apresentação musical de estudantes do Colégio Municipal Estephânia de Carvalho, além do grupo instrumental dos Fuzileiros Navais.

Pouco depois do início da cerimônia, antes da chegada da Tocha, manifestantes gritavam palavras de ordem de forma pacífica por onde o símbolo passaria. Com a chegada da Tocha, depois das 14h, houve tumulto, já que a via estava interditada. Duas bombas caseiras explodiram no meio da multidão. Assustados, alguns comerciantes baixaram as portas de seus estabelecimentos e houve muita correria. Dois rapazes que participavam dos protestos foram detidos por PMs e levados para a 74ªDP (Alcântara). Com a confusão, o percurso foi transferido para outro ponto, já próximo ao 7ºBPM (São Gonçalo). A mudança frustrou quem esperava no ponto inicial. No restante do trajeto, outros protestos ocorreram e mudanças foram feitas, sem o revezamento previsto.

Nas proximidades da Igreja Matriz de São Gonçalo, ela voltou ao revezamento, que terminou nas mãos do ex-atleta paraolímpico gonçalense, Anderson Lopes.

Nem o prefeito Neilton Mulim conseguiu ter acesso ao símbolo. Quando Anderson abraçava o chefe do executivo, um membro do Comitê Olímpico Internacional (COI) pegou a Tocha da mão do atleta. Neilton se retirou do palco e foi saudado pelo maestro Paulo Guarany, da Orquestra Municipal de São Gonçalo, antes de retornar ao gabinete.

Mesmo assim, diplomático, o prefeito elogiou o desfecho da cerimônia. “Me sinto muito feliz. É um momento histórico e bom para a valorização dos nossos atletas, sem contar a participação dos alunos da rede municipal e mais de cem mil habitantes de nossa cidade participando. Esse momento é único, é uma alegria indescritível”, disse.

Depois dos protestos, festa para poucos

Assim como em São Gonçalo, o trajeto de revezamento da Tocha Olímpica também foi alterado por manifestações em Niterói. No entanto, a festa não foi interrompida e acabou, depois das 20h30, com a chegada da chama no Caminho Niemeyer, no Centro. As manifestações assustaram quem aguardava a passagem da Tocha na Praça Araribóia. Por isso, o revezamento começou em Gragoatá, deixando milhares de espectadores sem ver a passagem da comitiva olímpica. Contrapondo com o clima tenso das manifestações - que precisou de reforço policial, spray de pimenta e uso de força para controlar os mais alterados - dentro do espaço de encerramento, o clima era familiar. “Apesar da confusão que está lá fora, o evento está maravilhoso. A importância olímpica é o que mais vale”, destacou o estudante Vitor de Freitas. Mesmo com mais de uma hora de atraso, o velejador Lars Grael, que foi o último a carregar a Tocha, acendeu a Pira Olímpica sob muitos aplausos. “Niterói é o berço da vela brasileira, mas também é o local de atletas de várias modalidades. Hoje, depois de seis Olimpíadas e duas medalhas olímpicas, carregar a Tocha é carregar o símbolo de esperança e paz. Acender a pira é motivo de muito orgulho para mim”, disse o atleta. O capitão do handebol masculino, Bruno Souza, que também carregou a Tocha, destacou a honra que foi participar do momento histórico. “É uma honra fazer parte desse momento. Eu só tenho a agradecer e pedir que vocês levem essa mensagem de paz”, finalizou o atleta. A chama segue para o Rio de Janeiro hoje.

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