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Feirão Serasa entra na reta final e intensifica busca de consumidores para começar 2026 com o CPF regularizado

A última semana de renegociações ocorre em meio a um cenário de inadimplência elevada no país e à expectativa de reorganização financeira das famílias para o próximo ano

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 01 de dezembro de 2025 - 11:05
Feirão Serasa Limpa Nome
Feirão Serasa Limpa Nome -

O economista e educador financeiro Leonardo Baldez Augusto afirma que a aproximação do fim do Feirão Serasa Limpa Nome 2025, que segue até 30 de novembro, tem provocado uma mobilização expressiva dos consumidores interessados em regularizar o CPF antes da virada do ano. A ação nacional reúne mais de 500 empresas e oferece descontos que chegam a 99%, além de parcelamentos a partir de R$ 9,90.

Dados do Mapa da Inadimplência da Serasa, atualizados em outubro, mostram que 71,9 milhões de brasileiros estão com contas em atraso, o equivalente a 43% da população adulta. O valor médio das dívidas por pessoa chega a R$ 4.318, com predominância de débitos ligados ao crédito bancário, cartões e contas básicas.

O quadro de restrições financeiras permanece elevado e afeta o consumo das famílias, além de reduzir o acesso ao crédito. Para Baldez, esse fator se conecta diretamente à alta procura pelo feirão."A regularização do CPF é decisiva para quem pretende reorganizar o orçamento. Começar 2026 sem restrições amplia a previsibilidade financeira e abre caminho para condições melhores de crédito”, afirma.

Efeito econômico da renegociação coletiva

Mutirões de renegociação, como o Feirão da Serasa, costumam gerar reflexos na redução dos atrasos nos primeiros meses do ano seguinte. Boletins recentes do Banco Central apontam que ciclos de renegociação podem contribuir para a diminuição gradual da inadimplência, especialmente nas dívidas de varejo e serviços financeiros.

Segundo Baldez, o impacto não se limita ao indivíduo."Quando um grupo significativo de consumidores limpa o nome, há um efeito indireto sobre a economia. As famílias voltam a contratar serviços, conseguem retomar movimentações financeiras e reduzem o peso das restrições no cotidiano”, explica.

O economista destaca que a reentrada desse consumidor no mercado formal tende a beneficiar setores de maior sensibilidade ao crédito, como comércio e serviços, criando um ambiente mais favorável para o início de 2026.

Corrida de última hora e influência do calendário

A Serasa registrou, nas duas primeiras semanas de novembro, alta de 27% nas renegociações em comparação com igual período de 2024. Os principais acordos envolvem dívidas bancárias, contas de telefonia e débitos com varejistas.

O cenário se intensifica com a proximidade do pagamento do 13º salário, recurso que muitos consumidores destinam à regularização de pendências. "Novembro e dezembro são meses críticos porque concentram despesas essenciais. Resolver dívidas antigas evita que o início do ano comece sob pressão maior, especialmente com impostos e gastos escolares”, afirma Baldez.

Orientações para quem pretende negociar antes do prazo

Especialistas recomendam cautela ao aproveitar as ofertas do feirão. Entre os pontos de atenção, destacam-se:

Conferir a capacidade real de pagamento para evitar quebra de acordo

Observar juros, multas e prazos do novo contrato

Priorizar dívidas que impactam diretamente o funcionamento financeiro, como restrições bancárias ou débitos que bloqueiam serviços essenciais

Para Baldez, a renegociação é apenas a primeira etapa do processo de recomposição financeira."É fundamental manter uma estratégia de gastos e criar reservas. Sem isso, o risco de retorno à inadimplência permanece elevado”, diz.

Perspectivas para 2026

Projeções do Boletim Focus indicam expectativa de inflação moderada e possível alívio gradual na taxa de juros ao longo de 2026. Para consumidores que regularizam dívidas agora, o cenário pode ser mais favorável na busca por crédito, renegociação de condições ou retomada de projetos adiados.

"Quem entra no ano com o CPF regularizado tem mais chances de aproveitar eventuais reduções de juros e condições melhores de negociação. Isso impacta diretamente o planejamento financeiro das famílias”, conclui Baldez.

Leonardo Baldez Augusto é economista, educador financeiro e consultor empresarial. Formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e pós-graduado em Finanças e Estratégias Empresariais pela Faculdade de Gestão e Negócios (FAGEN) da UFU. 

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