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Favela vira vitrine de soluções sustentáveis e negócios de impacto no Rio

Com apoio da FAPERJ e da SECTI, iniciativas de ciência, tecnologia e saberes comunitários ganham destaque na Expo Favela Innovation 2025

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 23 de outubro de 2025 - 18:45
Na Rocinha, o grupo Nós do Crochê, formado por cerca de 30 mulheres, transforma a arte do crochê em instrumento de fortalecimento comunitário, geração de renda e emancipação feminina
Na Rocinha, o grupo Nós do Crochê, formado por cerca de 30 mulheres, transforma a arte do crochê em instrumento de fortalecimento comunitário, geração de renda e emancipação feminina -

Nos dias 25 e 26 de outubro, a Cidade das Artes recebe a Expo Favela Innovation Rio de Janeiro 2025, maior evento de negócios de impacto social das periferias do Brasil. Com o apoio da FAPERJ (Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro) e da SECTI (Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro), a feira apresenta projetos que conectam ciência, inovação e saberes comunitários, com foco em soluções reais para os desafios enfrentados nas favelas.

Um dos destaques da programação é a apresentação de iniciativas apoiadas pelo Programa PISTA - Pesquisa, Inovação e Saberes nos Territórios de Ação, da FAPERJ, que fomenta projetos desenvolvidos por coletivos e organizações locais em parceria com universidades, fortalecendo práticas transformadoras que emergem das periferias fluminenses.

Na Rocinha, o grupo Nós do Crochê, formado por cerca de 30 mulheres, transforma a arte do crochê em instrumento de fortalecimento comunitário, geração de renda e emancipação feminina. Com a expectativa de apoio do Programa PISTA, o grupo prevê investimentos em capacitação, estrutura e ampliação do alcance das ações.

“Nosso sonho é que, com esse fomento, possamos alcançar mais pessoas, participar de feiras e eventos fora da comunidade e inspirar outras mulheres a se unirem em torno do empreendedorismo. Acreditamos que o crochê pode transformar vidas, fio a fio”, afirma Heloisa Cyrillo, integrante do projeto.

O Nós do Crochê funciona como espaço de acolhimento e troca de vivências, onde as mulheres encontram suporte para enfrentar desafios pessoais e coletivos. 

O Nós do Crochê funciona como espaço de acolhimento e troca de vivências, onde as mulheres encontram suporte para enfrentar desafios pessoais e coletivos
O Nós do Crochê funciona como espaço de acolhimento e troca de vivências, onde as mulheres encontram suporte para enfrentar desafios pessoais e coletivos |  Foto: Divulgação

Além do PISTA, a FAPERJ conta também com o edital Espaço Inovador, que busca apoiar projetos em territórios populares que promovam o uso de ciência, tecnologia e inovação como ferramentas de transformação social. A iniciativa integra o compromisso da Fundação com políticas públicas que valorizam a diversidade de conhecimentos e fortalecem a autonomia das comunidades.

Para a presidente da FAPERJ, Caroline Alves, o Programa PISTA reforça a importância de reconhecer a favela como território de conhecimento:

“A FAPERJ tem o compromisso de apoiar e visibilizar as potências que emergem das favelas. Ciência e inovação não estão apenas nos laboratórios, mas também nas práticas cotidianas e nos saberes que nascem nos territórios. Nosso papel é conectar esses saberes com políticas públicas de fomento que gerem impacto real.”

Entre os projetos em exibição na Expo Favela estão:

• Farmácia Viva Comunitária (Complexo da Maré) – Produção de fitoterápicos e cosméticos naturais com base agroecológica e saber tradicional;

• Padaria em Container (Complexo da Maré) – Empreendimento sustentável que também funciona como incubadora de negócios locais;

• CirculArte (Complexo do Alemão) – Projeto de costura e geração de renda para mulheres periféricas;

• App de Educação Financeira (Cidade de Deus) – Plataforma gamificada de capacitação empreendedora para microempreendedores de baixa renda;

• Nós do Crochê (Rocinha) – Grupo de artesãs que transforma o crochê em ferramenta de empoderamento e geração de renda, prestes a ser contemplado pelo Programa PISTA.

O secretário de Estado de Ciência e Tecnologia, Anderson Moraes, também destaca a relevância do evento:

“A Expo Favela é um espaço essencial para mostrarmos que a ciência e a tecnologia precisam dialogar com as necessidades reais da população. O Estado está comprometido em apoiar iniciativas que nascem nas favelas, com soluções criativas e transformadoras, que geram renda, dignidade e protagonismo.”

A Expo Favela Innovation é uma realização da Favela Holding em parceria com a CUFA (Central Única das Favelas). A edição de 2025 evidencia a conexão entre favela e asfalto, destacando que investir nas periferias é investir no futuro do Brasil, com sustentabilidade, criatividade e justiça social.

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