Nova espécie de mamífero fóssil é identificada no Parque Paleontológico de São José de Itaboraí
De acordo com os pesquisadores, a descoberta do Itaboraitemnus macrodon reforça que ainda há muito a ser estudado na região

Uma nova espécie de mamífero fóssil foi descrita no Parque Natural Municipal Paleontológico de São José de Itaboraí, reforçando a relevância internacional do município no campo da paleontologia. O estudo foi publicado na revista científica Journal of Mammalian Evolution pelo paleontólogo e gestor do Parque, Luis Otavio Castro em parceria com os paleontólogos Lílian Bergqvist (UFRJ) e Daniel García-López (Universidad Nacional de Tucumán, Argentina).
A espécie identificada recebeu o nome de Itaboraitemnus macrodon, em homenagem à cidade. Trata-se do maior notoungulado já encontrado na Bacia Sedimentar de Itaboraí, com cerca de 40 centímetros de comprimento, aproximadamente 6 quilos e hábitos herbívoros. A descoberta representa o primeiro registro da família Isotemnidae no Brasil, um marco importante para os estudos paleontológicos do país.

A Bacia Sedimentar de Itaboraí, com idade de aproximadamente 55 milhões de anos, é reconhecida mundialmente pela preservação dos primeiros registros fósseis da América do Sul após a extinção dos dinossauros. Entre os fósseis já identificados no local, está o tatu mais antigo do mundo. Além disso, uma lei estadual proposta pelo Deputado Guilherme Delaroli, declara Itaboraí como Cidade de Relevância Paleontológica Estadual, reconhecendo a importância do Parque Paleontológico de São José de Itaboraí para a ciência.
A importância científica é tamanha que deu origem a um andar geológico específico, o Itaboraiense, usado como referência internacional para estudos com base em mamíferos fósseis sul-americanos.

De acordo com os pesquisadores, a descoberta do Itaboraitemnus macrodon reforça que ainda há muito a ser estudado na região. Conhecer a diversidade fóssil que habitou Itaboraí há milhões de anos permite compreender melhor a história da evolução dos notoungulados toxodontes, que viveram por mais de 55 milhões de anos em várias regiões da América do Sul.
“Cada nova descoberta mostra não apenas a riqueza científica do Parque, mas também a importância de preservar esse patrimônio geopaleontológico único no mundo”, destacou Luis Otavio Castro.
Ao todo, desde sua fundação, o Parque Paleontológico de São José de Itaboraí tem se consolidado como um dos mais importantes sítios fossilíferos do planeta, sendo motivo de orgulho e responsabilidade para Itaboraí.