Mulheres cientistas e escritoras marcam presença no 3º dia da Rio Innovation Week
No painel “IA - Inteligência Autoral”, mediado por Paula Taitelbaum, as escritoras Carla Madeira e Socorro Acioli refletiram sobre a sensibilidade e memória humana frente ao desenvolvimento de máquinas e inteligência artificial

Com humor, risadas e reflexões sérias sobre desinformação, três mulheres cientistas subiram ao palco da Rio Innovation Week nessa quinta-feira (15) para discutir como fazer a ciência vencer a corrida contra as fake news. No painel mediado por Livia Rodrigues, cofundadora do Pretas na Ciência e da Rede AfroSOU, estavam a bióloga Ana Bonassa e a farmacêutica Laura Marise, do canal Nunca Vi 1 Cientista, e a bióloga e divulgadora científica Mari Krüger.
Elas compartilharam estratégias para ocupar as redes sociais com informação confiável, quebrando estereótipos e mostrando que a ciência também pode ser leve e divertida. A proposta é simples: se a desinformação está online, o conhecimento científico também precisa estar — de forma criativa e capaz de prender a atenção do público.
“A ciência é um grande ‘depende’. A gente tem a fama de falar o que as pessoas não querem ouvir. Precisamos de cada vez menos influenciadores que se acham experts e mais experts dispostos a influenciar”, afirmou Mari, que defende o letramento digital como ferramenta essencial para diminuir a desinformação. Para Ana, o jogo é desigual: “É injusto o nosso trabalho, provar por A + B, enquanto quem cria [a fake news] já está lá no décimo conteúdo viralizado”. Laura finalizou com um alerta sobre as novas dinâmicas de consumo de informação: “As pessoas estão usando cada vez mais o TikTok como fonte de pesquisa, e muitas vezes encontram informações falsas. Precisamos de mais gente disposta a trazer informação”.
Inteligência Autoral e o processo de criação
No painel “IA - Inteligência Autoral”, mediado por Paula Taitelbaum, as escritoras Carla Madeira e Socorro Acioli refletiram sobre a sensibilidade e memória humana frente ao desenvolvimento de máquinas e inteligência artificial. Passando por suas trajetórias, as autoras contaram seus processos de criação e como se tornaram escritoras.
“Não sei necessariamente se já criei algo diferente de tudo que já existe. Mas no processo que eu já tive, quando você encontra uma solução, você experimenta um alinhamento. Você sabe que achou. Você sabe quando acha a palavra, a ideia ou fecha um livro. É um sentimento de adesão, como se fosse um alinhamento entre razão, emoção e energias… Esse achado pode não ser original, apenas uma solução que você de fato encontrou pelo seu caminho”, explicou Carla Madeira.
Já Socorro Acioli busca nos fatos reais a inspiração para o seu processo de criação. “Sou jornalista de formação e os meus três romances partiram de histórias reais. Meu processo sempre vem de histórias que eu li e ouvi. Tenho vontade de falar desse mundo que nos assusta ou nos encanta. E escrevo porque a história fica na minha cabeça, se eu não escrever eu enlouqueço. Para mim, a criação só se realiza quando eu escuto os relatos das pessoas que leram”, afirmou Acioli.
Gleiser e Karnal promovem encontro da ciência com a filosofia
Marcelo Gleiser e Leandro Karnal dividiram o palco e lotaram o auditório do Rio Innovation Week para provocar o público com a pergunta: “E se o sentido da vida fosse a próxima pergunta?”. No painel, ciência e filosofia se encontraram para explorar temas como a era da opinião, a relevância dos questionamentos, da análise crítica e dos direitos.
“Eu tenho direitos e gostos. Mas o problema é se eu quiser levar os meus direitos e gostos como verdade. Você tem direito à sua opinião sobre o seu time, mas vacinas, vida humana, gênero e respeito à mulher são questões de caráter e ética. A ciência se expande com os dados e com a quebra de paradigma”, ressaltou Karnal.
“O questionamento é fundamental para se chegar à verdade. A verdade na ciência é construída através de pares, com experimentos e observações. E o questionamento faz parte dessa verdade”, defendeu Gleiser.
Sobre o Rio Innovation Week
O Rio Innovation Week é o maior evento global de tecnologia e inovação. Em 2024, reuniu grandes nomes do ecossistema de tecnologia e inovação, além de membros dos diferentes setores da economia nas 37 conferências que fizeram parte do projeto. Em 2025, o evento acontece entre os dias 12 e 15 de agosto, no Píer Mauá, na cidade do Rio de Janeiro. Com 60 conferências e 40 palcos, o projeto promove uma grande oportunidade de negócios e experiências únicas pautadas pela inovação e tecnologia. Com o compromisso de gerar reflexão e impacto real para transformar realidades, o Rio Innovation Week é um evento que vai além do estímulo à inovação e ao empreendedorismo. O projeto tem atuação estratégica, pautada pelos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, garantindo assim a responsabilidade na promoção de um futuro inclusivo e economicamente sustentável.
Promovemos um ambiente de oportunidades, negócios, experiências e conteúdos, pautados em: comprometimento com a diversidade, equidade e inclusão; valorização e incentivo à multiplicidade de ideias e opiniões; fomento ao pluralismo e diversidade nas palestras; busca por representatividade em termos de gênero, raça, cor, etnia, orientação sexual, identidade de gênero, pessoas com deficiência, idades, classes sociais, entre outras características da sociedade atual; promoção de um ambiente inclusivo e com oportunidades iguais de fala para todos.
ServiçoRIO INNOVATION WEEK 2025
Quando: 12 a 15 de agosto de 2025
Onde: Pier Mauá- Rio de Janeiro- Brasil -
AV. RODRIGUES ALVES, 10 | PRAÇA MAUÁ, RIO DE JANEIRO | RJ, 20081-250