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Em busca de tratamentos inéditos para Alzheimer, cientista brasileiro planeja levar 'mini cérebros' ao espaço

Rio Innovation Week: Palestras sobre filosofia, desinformação na ciência, inteligência autoral e vida fora da Terra marcam a diversidade de temas do terceiro dia do evento

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 15 de agosto de 2025 - 10:34
Neurocientista, Alysson Muotri
Neurocientista, Alysson Muotri -

Uma missão 100% brasileira de cientistas-astronautas vai levar organoides cerebrais — conhecidos também como “mini cérebros”, cultivados em laboratório — para a órbita terrestre. Sob a liderança do professor da Universidade da Califórnia em San Diego e neurocientista, Alysson Muotri, o experimento vai usar a microgravidade para acelerar o envelhecimento desses modelos e decifrar mecanismos de doenças neurológicas, como Alzheimer, autismo e síndrome de Rett (um distúrbio neurológico raro que causa graves dificuldades no desenvolvimento motor e cognitivo). Para estudar um cérebro com Alzheimer, por exemplo, seria preciso esperar 70 ou 80 anos. Muotri já recruta pacientes brasileiros com Rett para testar terapias experimentais que conseguiram reverter características associadas à síndrome.

“Reconstruir o cérebro em laboratório não é igual a construir um cérebro no útero humano. E fica a pergunta ética: será que esses mini cérebros são conscientes como o cérebro humano?”, provocou o palestrante.

A motivação pelo estudo partiu da experiência pessoal de Muotri, que é pai de um menino com autismo severo. Em seu laboratório, a aposta é que a ciência espacial trará respostas em tempo recorde para desafios que, até pouco tempo atrás, pareciam impossíveis. O projeto recebeu aporte de US$ 150 milhões do filantropo norte-americano Denny Sanford, fundador do First Premier Bank, e promete abrir novas fronteiras na medicina regenerativa.

Afinal de contas: há vida fora da Terra? Talvez sim, talvez não

Referência em Astrobiologia, o físico e astrônomo Adam Frank abordou, com viés científico, um tema que nem sempre é levado muito a sério: a existência de vida fora da Terra. Frank explicou que a dúvida se estamos sozinhos ou se há vida fora do universo é uma pergunta muito antiga, do tempo de Aristóteles e Demócrito. Apesar disso, o campo da Astrobiologia só começou a se estruturar a partir da década de 1950. “Não tínhamos dados até então, mas depois dessa data alguns eventos começaram a provocar perguntas fundamentais para entender essa questão”, afirmou, referindo-se ao famoso Paradoxo de Fermi. “Se a vida e a inteligência são algo comum, porque ainda não encontramos os alienígenas?”

Além disso, outras revoluções mudaram a nossa percepção de vida fora da Terra, segundo o professor, como a descoberta de exoplanetas a partir de 1995. “Todas as estrelas têm planetas e já são mais de 6 mil exoplanetas confirmados. Uma em cada cinco estrelas tem exoplanetas em zona habitável”, acrescentou.

Frank falou sobre a importância das bioassinaturas, as assinaturas biológicas, como gases na atmosfera que indicam a presença de vida em exoplanetas. “Uma das coisas mais importantes que a ciência pode fazer é descobrir a vida. A evolução produz muitas formas. A vida tem que usar a física e a química para resolver seus problemas. Quando olhamos para o passado, vemos que um pequeno detalhe pode mudar a evolução”, concluiu.

Serviço

RIO INNOVATION WEEK 2025

Quando: 12 a 15 de agosto de 2025

Onde: Pier Mauá- Rio de Janeiro- Brasil -

AV. RODRIGUES ALVES, 10 | PRAÇA MAUÁ, RIO DE JANEIRO | RJ, 20081-250

Ingressos: Sympla

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