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Vendedores da Rua da Feira reagem à investigação de Trump contra lojistas da 25 de Março

"Se atrapalhar a venda deles lá, atrapalha a nossa aqui", comentou um ambulante

relogio min de leitura | Escrito por Renata Sena | 18 de julho de 2025 - 14:52
Rua da Feira, Alcântara
Rua da Feira, Alcântara -

Enquanto a Rua 25 de Março, famosa rua comercial em São Paulo segue fervendo com o movimento entre clientes e vendedores, a tradicional Rua da Feira, em Alcântara, também segue a rotina agitada de sempre. Barracas montadas, caixas de som ligadas, ambulantes oferecendo de eletrônicos a brinquedos infantis. Mas entre uma venda e outra, o nome de Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, ganhou espaço nas conversas.

A origem da discussão está na ofensiva comercial americana contra o Brasil. A Rua 25 de Março, um dos maiores polos de comércio popular do país, foi citada em um relatório do Escritório do Representante de Comércio dos EUA, acusada de ser um centro de pirataria e falsificação. O documento afirma que o local tem pouca proteção aos direitos de propriedade intelectual e vende, em larga escala, produtos que imitam marcas americanas.

Mas o impacto da declaração repercutiu não só em São Paulo, mas também em regiões que dependem diretamente do abastecimento vindo da capital paulista, como é o caso de diversos polos comerciais, como a Rua da feira, no Alcântara.

É conhecido que vendedores da Rua da Feira viajem até a 25 de Março para comprar mercadorias e revender em São Gonçalo.  "Quase tudo que tem aqui vem de lá. Tem coisa original, tem coisa réplica. Mas todos os clientes sabem o que estão comprando. O problema é o preço, não a marca. Se atrapalhar a venda deles lá, atrapalha a nossa aqui", diz um ambulante que preferiu não se identificar.

Muitas mercadorias que abastecem comércio de São Gonçalo vêm de São Paulo
Muitas mercadorias que abastecem comércio de São Gonçalo vêm de São Paulo |  Foto: Layla Mussi

Mas, embora todo mundo questione porque Trump está 'se metendo com isso', como falam os comerciários, nem todo mundo ficou preocupado. "São Paulo não é o único fornecedor. Temos outros pontos para comprar e até mesmo pela internet, onde estamos na 25 de Março sem sair de casa", contou um camelô, que também preferiu manter o anonimato.

As críticas americanas não param por aí. Até o Pix, sistema de pagamentos instantâneos do Banco Central, entrou na mira do relatório. Segundo os EUA, a facilidade para transferências rápidas poderia colaborar a movimentação de dinheiro em setores informais. A acusação foi vista por especialistas como um pretexto para tensionar ainda mais a relação com o Brasil, que vive um momento de fortalecimento do comércio popular e digital.

Até o Pix, sistema de pagamentos instantâneos do Banco Central, entrou na mira do Trump
Até o Pix, sistema de pagamentos instantâneos do Banco Central, entrou na mira do Trump |  Foto: Layla Mussi

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