Dia do Trabalho ou Dia do Trabalhador? Conheça a verdadeira origem da data
No Brasil, nomenclatura sofreu modificações ao longo das mudanças de governo

O dia Primeiro de Maio entrou para a História como Dia Internacional dos Trabalhadores após uma greve de trabalhadores ocorrida em 1886, em Chicago, nos Estados Unidos, reivindicando jornada de 8 horas por dia. No Brasil, a data foi oficialmente reconhecida como feriado nacional em 1924, durante o governo de Artur Bernardes, após intensas mobilizações de trabalhadores e imigrantes.
A popularidade da data se estabeleceu ainda mais, décadas depois, com a Getúlio Vargas no poder em 1930, quando o 1º de maio passou a ser utilizado como instrumento político. Vargas transformou a data em uma celebração estatal, promovendo eventos públicos e anúncios de políticas trabalhistas, como a criação da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) em 1943. Com toda legislação unificada e atualizada, o decreto de 922 artigos passou a abranger direitos de boa parte dos trabalhadores, determinando sobre duração da jornada, férias, segurança do trabalho, previdência social, férias e a fixação do salário mínimo.
Essa estratégia visava reforçar a imagem do governo como defensor dos direitos dos trabalhadores, ao mesmo tempo em que buscava controlar e cooptar os movimentos sindicais.
Em outras palavras, sem alterar o decreto original, Vargas mudou o protagonismo da data: deixou de ser o Dia do Trabalhador para se tornar o Dia do Trabalho. A mudança de nomenclatura de Dia do Trabalhador para Dia do Trabalho refletiu essa tentativa de despolitizar a data, afastando-a de suas origens de luta e resistência.
No entanto, segundo especialistas, durante os anos 1970, com o surgimento do Novo Sindicalismo, a data foi ressignificada, retomando seu caráter combativo e de reivindicação por melhores condições laborais.
Leia também:
Lula defende debate sobre fim da escala 6x1 e aborda fraude no INSSCMN regulamenta ampliação do Minha Casa, Minha Vida para classe média