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Necroturismo: Niterói guarda histórias de personalidades importantes

No Maruí, o visitante pode fazer uma viagem pela memória de quem contribuiu para a identidade da cidade

relogio min de leitura | Escrito por Yasmin Martins | 02 de novembro de 2024 - 08:00
Cemitério do Maruí
Cemitério do Maruí -

Você já ouviu falar sobre necroturismo? O termo se refere à prática do turismo em covas e cemitérios, algo que está crescendo ao redor do mundo. Esse tipo de passeio promove a visitação dos túmulos de personalidades públicas para conhecer mais sobre a história dos sepultados e da região. Diversos cemitérios de São Paulo e do Rio de Janeiro, por exemplo, já recebem curiosos que desejam desbravar a história ali enterrada. Mas se engana quem acha que esse tipo de atividade acontece apenas em grandes centros urbanos; o cemitério do Maruí, localizado no Barreto, em Niterói, também vem atraindo olhares para figuras importantes da memória da cidade.

Conheça as histórias de personalidades sepultadas no local:

Paulinho Milagreiro

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Paulo César de Souza Medina, mais conhecido como Paulinho Milagreiro, faleceu no dia 10 de setembro de 1972, aos 7 anos, quando se afogou na Lagoa de Piratininga. Desde então, milagres foram atribuídos ao menino, que se tornou uma figura conhecida e respeitada no município. Como forma de agradecimento aos pedidos realizados, sua lápide é coberta com brinquedos durante todos os meses do ano, com um fluxo maior no dia de finados — 2 de novembro.

Segundo o coordenador do cemitério do Maruí, Luiz Carlos Faria, os brinquedos acumulados são guardados pelo cemitério e doados para um abrigo que a mãe do menino costumava frequentar em vida.

“No Dia de Finados, vêm os parentes dele e pessoas que vêm agradecer. O pessoal vem, pega um brinquedo, faz um pedido e aí, quando se cumpre, a pessoa vem e põe de volta. O ano todo sempre tem um brinquedo aí, nunca fica sem nada”, contaram os coveiros Felipe Ramos e Marcos Pereira.

Roberto Silveira

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O ex-governador do Rio de Janeiro comandou o estado entre os anos de 1959 e 1961, quando faleceu devido a sequelas de um acidente de helicóptero. Em seu mandato, foram construídas a Rodovia Niterói-Manilha e a Avenida do Contorno. A ex-primeira-dama Ismélia Silveira, que faleceu em 2021 aos 91 anos, também está enterrada no local. O filho do casal, Jorge Roberto Silveira, foi prefeito de Niterói por três mandatos.

Fagundes Varela

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O escritor e poeta, nascido em 17 de agosto de 1841, foi um dos principais nomes da segunda geração do romantismo e patrono da cadeira n.º 11 da Academia Brasileira de Letras (ABL). Sua obra mais famosa é o poema “Cântico do Calvário”, presente no livro Cantos e Fantasias. Como forma de homenagem a seu trabalho na literatura brasileira, o autor ganhou uma rua com o seu nome na cidade de Niterói.

Mausoléu da Marinha

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Na parte central do cemitério, um monumento chama a atenção de quem passa. De responsabilidade da Marinha do Brasil, um mausoléu abriga os corpos de 47 civis e militares que faleceram no acidente ocorrido durante o carregamento de bombas de aviação no antigo Centro de Armamento da Marinha, na Ponta da Armação, em 30 de abril de 1931. Todos os anos, o Centro de Mísseis e Armas Submarinas da Marinha (CMASM) realiza uma homenagem no local para relembrar as vítimas.

Charles Ribeyrolles

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O jornalista e político francês foi exilado da França por Napoleão III e veio para o Brasil no ano de 1858. No Brasil, publicou o livro de fotografias “Brasil Pitoresco”, na época Brazil Pittoresco, junto com o fotógrafo e pintor francês Jean-Victor Frond. Considerado o primeiro livro de fotografias da América Latina, a obra destaca a história do país em 7 grandes temas: retratos da família imperial, panoramas, vistas urbanas, natureza, interior fluminense, trabalho escravo e vistas de Salvador.

General Fonseca Ramos

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Sepultado em 1895, o general Luiz José da Fonseca Ramos lutou pela cidade de Niterói e é considerado um herói da Revolta da Armada — luta dos marinheiros por maior participação no governo. O mausoléu foi inaugurado pelo presidente da República, Marechal Hermes da Fonseca, em 1911.

Senador Vasconcelos Torres

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Conhecido como pai da Universidade Federal Fluminense, o político foi o autor da lei que federalizou a instituição. Somou 12 anos de mandatos na Assembleia Legislativa, 4 na Câmara e 16 no Senado Federal. João Batista Vasconcelos Torre era conhecido como o senador do povo.

História do Cemitério do Maruí

O Cemitério do Maruí é um dos mais antigos da cidade, sendo o primeiro público de Niterói. Em 1° de novembro de 1855, realizou-se o primeiro funeral no local, inaugurando oficialmente o espaço. Entretanto, a capela de São Pedro, localizada no alto da colina dentro do cemitério, teve sua autorização para funcionamento concedida pelo Bispo do Rio de Janeiro em 17 de agosto de 1751. Para preservar a história fluminense e a memória nacional, a capela e o cemitério foram tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).

Sob supervisão de Marcela Freitas 

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