Banca de jornal vira ‘point’ cultural com realização de várias atividades

Por Matheus Merlim
Como seria se uma banca de jornal oferecesse, além de impressos, atividades culturais? Essa foi a ideia que o jornaleiro Edson Carlos Oliveira, de 44 anos, implantou em seu comércio, no Fonseca, Niterói. Há sete anos, ele transformou o local em um ponto intelectual, que recebe saraus e debates sobre temas polêmicos. Além de venda e empréstimo de livros. Segundo o jornaleiro, tudo começou com a procura de estudantes de uma escola próxima sobre livros de literatura. “Eles me perguntavam se vendia e tinha as edições em casa. Então comecei a trazer para a banca e eles passaram a frequentar aqui”, relembra. Quem passa pelo local, diariamente, percebe a movimentação constante na banca, que tem o apelido carinhoso de “Banca da Amizade”. Livros, filmes, revistas e jornais ficam expostos em prateleiras na larga calçada.
Cliente de longa data, o aposentado Gelson Lubanco, 75, considera muito importante a prestação de serviço que Edson proporciona.
“As pessoas, muitas vezes, não sabem a real função de uma banca de jornal. Como é prescrito na licença, o local tem que oferecer um serviço de utilidade pública. Mostrar aos jovens as notícias, a literatura, a música. Isso é utilidade pública”, argumenta.
Nascido em Roraima, no norte do país, Edson Carlos traz no legado da vida rural a motivação para continuar o trabalho em Niterói. Às terças, é realizada uma roda de discussão sobre textos publicados em jornais, como a coluna do cineasta Arnaldo Jabor. Para se ter ideia do compromisso do jornaleiro com os estudantes, o horário de funcionamento é integral, de 5h30 às 22h. Para quem quiser conhecer, a banca fica na Alameda São Boaventura, altura do número 277.