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Israel encontra corpo de niteroiense feito refém pelo Hamas na Faixa de Gaza

O corpo de Michel Nisenbaum foi recuperado em uma operação das Forças de Defesa de Israel nesta sexta-feira (24)

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 24 de maio de 2024 - 09:23
Michel Nisembaum trabalhava com computação e vivia há mais de 45 anos em Israel
Michel Nisembaum trabalhava com computação e vivia há mais de 45 anos em Israel -

O Exército israelense anunciou, nesta sexta-feira (24), que recuperou os corpos de três reféns sequestrados em outubro de 2023 pelo grupo palestino Hamas. Entre eles está o brasileiro, natural de Niterói, Michel Nisembaum, de 59 anos.

Os corpos foram recuperados durante a madrugada, numa operação conjunta do Exército e dos serviços secretos de Israel em Jabaliya, no norte da Faixa de Gaza. Os outros dois reféns foram identificados por autoridades israelenses como Orión Hernández Radoux, de 30 anos, Hanan Yablonka, de 42 anos.

Michel Nisembaum trabalhava com computação e vivia há mais de 45 anos em Israel, tinha duas filhas e cinco netos, o quinto, inclusive, está previsto para nascer no próximo ano. Ele foi morto no próprio dia dos ataques, em 7 de outubro do ano passado, mas familiares acreditavam que ele ainda podia estar vivo.


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Natural de Niterói, Nisembaum tinha começado a atuar como guia turístico há pouco tempo, e desapareceu na manhã do dia 7 de outubro, quando saiu para buscar a neta de quatro anos em uma base militar na cidade de Re’im, sul do país, onde ela estava com o pai, um soldado do Exército israelense.

Ele também já trabalhou como motorista, entregador, vendedor e prestador de serviços de informática, além de ser voluntário na Rescue Union, onde já foi motorista de ambulância.

Uma das principais preocupações apontadas por familiares durante o período que estava sequestrado era que Michel Nisembaum dependia de medicamentos e não havia informação se os remédios estavam sendo fornecidos. Ele era diabético e sofria com a doença Crohn (síndrome inflamatória que afeta certas porções do intestino delgado e o cólon).

Desaparecimento 

Mary Shohat, irmã de Michel, contou, em entrevista ao GLOBO, detalhes sobre o desaparecimento do irmão. Sua sobrinha, filha de Michel, conversou com o pai pela última vez por volta das 7h daquele 7 de outubro, quando combatentes do Hamas iniciaram a incursão terrestre e aérea contra Israel que deixou milhares de mortos e foi o estopim para a guerra. A ligação seguinte foi atendida por outra pessoa:

"Estavam gritando coisas em árabe. No fim, gritaram "Hamas, Hamas". Depois desligaram o telefone e, desde então, não soubemos de mais nada. Começamos a pensar que ele tinha virado refém ou foi morto. Não tem outra possibilidade", disse Mary na época.

Pouco mais de duas semanas depois, em 23 de outubro, a Interpol informou ao Itamaraty o desaparecimento do brasileiro. No dia seguinte, em um comunicado para a imprensa, o Ministério das Relações Exteriores afirmou que a pasta, por meio da Embaixada do Brasil em Tel Aviv, seguia “em contato com as autoridades locais a respeito de brasileiro desaparecido desde 07/10”.

O Itamaraty confirmou, ainda em outubro, que Nisenbaum estava entre os desaparecidos do ataque terrorista do Hamas contra Israel. Acredita-se que ele era o único brasileiro mantido como refém pelo Hamas.

Encontro com Lula

Em dezembro do ano passado, o presidente Lula se reuniu com a irmã e a filha de Michel Nisembaum. Após o encontro, o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), afirmou que a libertação do refém brasileiro era preocupação principal de Lula e que os familiares externaram o sentimento de "angústia" e "ansiedade".

No Plenário, uma das filhas de Michel, Hen Mahluf, clamou para que as autoridades brasileiras fizessem “tudo que podem” para ajudar a resgatar o seu pai.

"Eu tenho que crer que ele vai voltar a estar comigo, porque eu preciso dele. Ele é meu pai. Tenho que dizer que eu o amo muito, algo que não consegui fazer nesta manhã. E a vocês eu peço: por favor, façam tudo que podem para nos ajudar", disse.

Nesta sexta-feira (24), nas redes sociais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva lamentou a morte do brasileiro e disse que o governo segue engajado nos esforços para que todos os reféns mantidos pelo Hamas sejam libertados.

“Soube, com imensa tristeza, da morte de Michel Nisembaum, brasileiro mantido refém pelo Hamas. Conheci sua irmã e filha, e sei do amor imenso que sua família tinha por ele. Minha solidariedade aos familiares e amigos de Michel”, postou.

“O Brasil continuará lutando e seguiremos engajados nos esforços para que todos os reféns sejam libertados, para que tenhamos um cessar-fogo e a paz para os povos de Israel e da Palestina”, completou.

Em nota, a Embaixada de Israel no Brasil também lamentou a morte do brasileiro. “Todos os nossos corações doeram com a terrível notícia de seu assassinato. O povo de Israel, o Ministério das Relações Exteriores e a Embaixada do Estado de Israel no Brasil partilham a tristeza da família”.

“O Estado de Israel comunica, com extremo pesar, o assassinato do israelense-brasileiro Michel Nissenbaum, morto pelos terroristas do Hamas”, afirma o comunicado. “Seu corpo foi encontrado pelas forças de segurança de Israel num túnel na Faixa de Gaza e levado de volta para Israel".

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