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Obras do Hospital da Mãe serão retomadas em São Gonçalo

Apesar do cenário de negligência a que foi submetido durante 10 anos, a Secretaria de Estado de Saúde divulgou estimativa para conclusão das obras

relogio min de leitura | Escrito por Sofia Miranda | 28 de junho de 2023 - 12:28
Projeto foi anunciado em 2013, mas até hoje as obras não foram retomadas
Projeto foi anunciado em 2013, mas até hoje as obras não foram retomadas -

Depois de 10 anos de paralisação das obras do Hospital da Mãe, que seria construído no Colubandê, em São Gonçalo, a Secretaria de Estado de Saúde afirmou nesta quarta-feira (28), que as obras têm nova estimativa para ser concluídas, num prazo de 18 meses.  

A construção foi anunciada em 2013 pela Secretária Estadual de Saúde, com o objetivo de 'aliviar' a sobrecarga que os demais hospitais de atendimento à mulher no município estariam sofrendo, no entanto, o projeto não foi retomado mesmo após 10 anos. 

Ainda assim, embora esquecido por algumas instâncias, o abandono não passa despercebida aos olhos gonçalenses. No local em que o prédio público foi construído somente até o esqueleto, o espaço foi fixado como um depósito de lixo e residência para moradores em situação de rua e dependentes químicos. 

Segundo o construtor Valdecir de Oliveira, residente da região, o espaço ficou perigoso para quem trafega à noite. ‘’A gente trabalha distribuindo comida com a igreja à noite, então a gente passa aqui e quando paramos o carro, sai muita gente, muitos usuários de drogas, a gente nem imagina que essas pessoas ficam ali.’’ contou. O gonçalense faz o caminho todos os dias para o serviço pela passarela que dá acesso ao local de construção do Hospital. 

Leia mais: 

➣  Hospital da Mãe em São Gonçalo não saiu do papel

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Lugar virou depósito de lixo
Lugar virou depósito de lixo |  Foto: Layla Mussi
 

Pescadores de Niterói fisgam atum de 160kg em alto mar

‘’Começou bombando isso aí e parou. Se continuassem a construção, iria ‘desafogar’ os hospitais em Alcântara e aqui. Já tiveram pessoas que perdemos socorrendo porque trouxemos para a UPA, chegando aqui disseram que tínhamos que levar para o Alberto Torres e chegando lá o médico diz que não podem fazer mais nada, isso porque a gente não tem um hospital certo que consigamos chegar antes. É um apoio, se a mulher passar mal a gente coloca aqui.’’ contou o construtor. 

Uma comerciante local, que preferiu não se identificar, disse ter esperanças de que neste ano as obras sejam retomadas. Ela avalia que as obras foram descontinuadas também pela instabilidade no governo do estado durante os anos que sucederam o anúncio do projeto, em 2013. ‘’Eu acredito que agora vai pra frente, de vez em quando vem algumas pessoas da prefeitura, olham, os lixos também de vez em quando são retirados.’’ contou a comerciante que trabalha no local desde o início da construção. 

Para outras pessoas, a espera tem gerado insatisfação, não só pelo abandono das obras mas também pela negligência e falta de fiscalização com o espaço em que o esqueleto do Hospital está localizado. Roseni Pinto, que há algum tempo vem reparando os reflexos do descaso , lamenta e faz pressão pela retomada das obras. 

‘’Eu trabalho aqui já há um ano e meio, sempre vejo essa sujeira aqui, essa confusão de coco. Já tentei até entrar no site da Prefeitura mas não achei onde pudesse reclamar ou pedir que viessem ver esse local, mas a indignação é constante. Esse tempo todo que to aqui, eu passo, observo, já virou residência, já vi pessoas trocando de roupa, fazendo comida. Esse espaço deveria estar sendo reaproveitado para a própria população aqui de São Gonçalo, eu trabalho em escola e vejo a dificuldade dos meus alunos em conseguir acessar um hospital.’’ desabafa.

O projeto no papel 

No escopo do projeto, o planejamento era de que no primeiro andar do Hospital fosse construída a área de recepção, sala de espera, os consultórios, quatro salas equipadas com ultrassom, raios- X, entre outras dependências. Já no segundo andar, funcionariam 40 quartos com capacidade para dois leitos cada, totalizando 80 leitos. O terceiro pavimento abrigaria seis UTI’s para as mães, além de um quarto de isolamento e um materno. No quarto andar, estariam localizadas 14 salas de pré-parto, parto e pós-parto; três salas de parto cirúrgico e uma sala para parto normal. Além disso, o Hospital também ia dispor de um espaço para observação de recém-nascidos. 

Procurada, a Secretaria Estadual de Saúde esclareceu que o projeto foi retomado mas precisou ser revisado e já possui prazo para a entrega. Leia na íntegra: 

''A Secretaria de Estado de Saúde (SES-RJ) informa que, em 2021, juntamente com a Empresa de Obras Públicas do Estado do Rio de Janeiro (Emop-RJ), retomou a revisão do projeto da Maternidade de São Gonçalo para adequação, tendo em vista que o projeto original necessitava de atualizações.

O projeto foi aprovado em maio de 2023, e a licitação da obra será realizada nos próximos meses. A estimativa de prazo para a finalização da obra é de 18 meses.''

Sob supervisão de Marcela Freitas* 

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