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Em risco de extinção, arara-azul-de-lear é foco principal de discussão sobre construção de parque eólico

Especialistas discutem se a construção do parque impactaria negativamente o habitat natural das aves e a reprodução das mesmas

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 05 de junho de 2023 - 11:59
Aves estão no centro de discussão da construção do parque eólico
Aves estão no centro de discussão da construção do parque eólico -

No início deste século, a arara-azul-de-lear foi uma das aves ameaçadas de extinção, contudo, com a criação no habitat natural, na caatinga da Bahia, a espécie se recuperou consideravelmente, passando de algumas centenas para cerca de 2.000 aves. A área, no entanto, é alvo de uma disputa judicial que discute um projeto de construção de um parque eólico. 

A obra, que já recebeu um investimento de R$ 840,00 milhões, já está praticamente pronta e vai passar por uma série de procedimentos para minimizar os riscos oferecidos à existência e reprodução da espécie, segundo a multinacional francesa Voltalia. 

Contudo, em abril deste ano foi concedida uma liminar a partir de uma ação civil pública para suspender a licença de operação do parque eólico no município de Canudos (BA). 

Segundo especialistas, é possível diminuir os impactos do empreendimento, desde que seja feito um monitoramento a longo prazo. 

A ave da caatinga é da mesma espécie das arara-azul-grande encontrada no Pantanal e em alguns lugares do cerrado e da Amazônia. A arara-azul-de-lear mede cerca de 70 centímetros. Sua plumagem é de um azul esverdeado ou voltado para o índigo. A pele amarela ao redor dos olhos e do bico é maior que a da parente do Pantanal. 

Aves estão no centro de discussão da construção do parque eólico
Aves estão no centro de discussão da construção do parque eólico |  Foto: Reprodução
 

A arara-azul-de-lear tem o hábito de realizar longos voos diariamente, cerca de 60 a 80 km. Sai do dormitório ao amanhecer, se alimenta em áreas próximas à sua morada, basicamente dos cocos da palmeira licuri, um fruto de palmeira com coquinhos difíceis de quebrar, e no final da tarde, pode ser vista, aos bandos, chegando de diversas direções.

Entre os fatores para a quase extinção do animal, estão a perda dos licurizeiros por conta do desmatamento, o tráfico de animais e da caça e as mudanças climáticas. 

Em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, o franco brasileiro Robert Klein, afirmou que o planejamento do parque foi pensado levando em consideração a situação específica da ave. ‘’Seria incoerente da nossa parte não pensar em tudo isso, já que a missão da empresa define desde o princípio a preocupação com as energias renováveis e com a biodiversidade. Além de mitigar os impactos sobre a espécie, a nossa intenção é que o parque eólico tenha impacto positivo direto sobre ela." contou o CEO da Voltalia. 

Além disso, as turbinas do complexo eólico serão pintadas com cores escuras para que as aves consigam enxergá-las e desviá-las. As turbinas também serão equipadas com sistema de inteligência artificial para que as hélices detectem a proximidade das araras e desligue temporariamente para evitar a colisão. 

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