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Cientistas brasileiros desenvolvem vacina contra crack e cocaína

Imunizante tenta assegurar que a droga não chegue ao cérebro dos pacientes e proteja fetos de dependentes grávidas

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 30 de maio de 2023 - 14:04
As vacinas estão sendo desenvolvidas por pesquisadores da UFMG
As vacinas estão sendo desenvolvidas por pesquisadores da UFMG -

A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) desenvolve uma vacina que protege pacientes e fetos de dependentes grávidas contra as drogas cocaína e seus derivados, como o crack. Os estudos, iniciados primeiramente em 2015 e testados em ratos, utilizaram um medicamento denominado Calixcoca. Nos testes feitos, observou-se o desenvolvimento de um anticorpo anticocaína nos organismos dos animais.  O objetivo agora é observar a reação nos humanos.

Durante as testagens com os ratos, foi observado que o medicamento criou uma barreira para que as substâncias ilícitas fossem através do sangue para o sistema nervoso central, evitando que cheguem ao cérebro. 

O medicamento Calixcoca foi um dos finalistas do Prêmio Euro de Inovação em Saúde, América Latina, da farmacêutica Eurofarma, que dará 500 mil euros ao ganhador da edição. 

Eficiência na gravidez 

O imunizante também demonstrou eficiência nas grávidas, reduzindo o número de abortos e gerando ganho de peso. A pesquisa foi motivada por grávidas dependentes que chegavam ao ambulatório da universidade. 

Medicamento inovador 

Segundo o professor do Departamento de Saúde Mental da Faculdade de Medicina da UFMG Frederico Garcia, a molécula Calixcoca se mostra mais promissora que outras utilizadas por outros pesquisadores. “A nossa molécula inova por ser uma plataforma não proteica, ou seja, uma molécula sintética. Isso, além de facilitar e baratear a produção, permite que a cadeia logística seja mais simples por não demandar cadeia fria”, explica Garcia. 

Além de crack e cocaína, as pesquisas também estão se direcionando para o tratamento de outras drogas como a metanfetamina e opióides. 

No Brasil, segundo a Organização das Nações Unidas, o crack e a cocaína correspondem a 11% dos tratamentos de dependência química. No território brasileiro, o consumo de crack tem sido um dos maiores desafios de saúde pública, principalmente pela proliferação de "cracolândias", principalmente em São Paulo. 

De acordo com o psiquiatra Dartiu Silveira, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), o vício em drogas também são influenciados por outros fatores mentais, como a exclusão social, a impulsividade e a depressão são intensificadores da dependência.

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