Rio de Janeiro é o terceiro estado mais desigual do País, indica IBGE
Estado fica atrás apenas da Paraíba e de Roraima

O Rio de Janeiro é o terceiro estado mais desigual do Brasil, indica a última pesquisa publicada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo a Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílio (Pnad) Contínua, divulgada nesta quinta-feira (11), o estado só fica atrás da Paraíba e de Roraima.
Segundo o estudo, que comparou o rendimento domiciliar per capita no ano passado, o estado do Rio apresentou o Índice de Gini de 0,540, enquanto o da Paraíba foi de 0,558 e o de Roraima de 0,547. De 2021 para 2022, o Rio caiu três posições, passando de 0,565, em 2021, para 0,540 no ano passado.
Esse índice mede o grau de concentração de renda em determinado grupo por meio da diferença entre os rendimentos dos mais pobres e dos mais ricos. Quanto mais perto do zero, maior a situação de igualdade, ou seja, todos teriam a mesma renda, e quanto mais próximo ao um maior a desigualdade.
De acordo com a mesma pesquisa, o estado menos desigual é Santa Catarina, com um valor de 0,419. Em seguida, vêm Rondônia com 0,447 e Mato Grosso com 0,450.
Índices de Gini caem aos menores valores
Após crescer em 2021 (0,544), o índice de Gini do rendimento médio mensal domiciliar per capita caiu em 2022, atingindo a marca de 0,518. O Nordeste manteve o maior índice de Gini em 2022 (0,517) e a região Sul, o menor (0,458). Entre 2021 e 2022, a desigualdade medida pelo Gini diminuiu em todas as regiões, sobretudo no Nordeste (de 0,556 para 0,517) e Sudeste (0,533 para 0,505). Nesta região e também no Centro-Oeste (0,493), os respectivos índices de Gini chegaram aos menores valores da série histórica.
Já o Gini do rendimento médio mensal de todos os trabalhos caiu de 0,499 para 0,486, atingindo seus menores valores, na média do país e em quase todas as regiões. Segundo a analista Alessandra Brito, “a entrada de quase 8 milhões de pessoas na população ocupada puxou a média de rendimento para baixo, mas aparentemente essas pessoas ingressaram no mercado de trabalho recebendo vencimentos com valores similares, o que resultou numa distribuição menos desigual. Além disso, o rendimento médio dos trabalhadores sem carteira e por conta própria aumentou no período, também contribuindo para essa queda no índice de desigualdade”.
Apesar da redução no Gini, a desigualdade permanece: em 2022, o rendimento médio domiciliar per capita do 1% da população que ganha mais era de R$ 17.447. Isso equivale a 32,5 vezes o rendimento médio dos 50% que ganham menos (R$ 537), uma desigualdade muito grande, ainda que, em 2021, essa razão fosse de 38,4 vezes.
Renda mensal sobe
O rendimento médio mensal domiciliar per capita no País foi de R$ 1.586 em 2022, crescendo 6,9% frente a 2021, quando havia atingido o menor valor da série histórica (R$ 1.484), após dois anos de quedas durante a pandemia de Covid-19.
Em 2022, a massa do rendimento mensal real domiciliar per capita subiu 7,7% ante 2021, chegando a R$ 339,6 bilhões em 2022. A região Nordeste segue com menor rendimento médio mensal domiciliar per capita (R $1.011), enquanto a Sul segue com o maior (R$ 1.927).