Noventa milhões de remédios comprados durante o governo Bolsonaro estão prestes a vencer
Lotes expiram até o final de julho e gestão atual tenta negociar a troca dos medicamentos
![Cerca de 1,4 bilhão de itens estão armazenados no centro de distribuição de saúde em Guarulhos](https://cdn.osaogoncalo.com.br/img/Artigo-Destaque/130000/1200x720/WhatsApp-Image-2023-05-01-at-131147_00134338_0-ScaleDownProportional.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.osaogoncalo.com.br%2Fimg%2FArtigo-Destaque%2F130000%2FWhatsApp-Image-2023-05-01-at-131147_00134338_0.jpg%3Fxid%3D524718%26resize%3D1000%252C500%26t%3D1713897053&xid=524718)
O Ministério da Saúde tem em estoque 90 milhões de remédios com prazo de validade até o final de julho. Comprados na gestão anterior, do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), os remédios com validade curta são receitados para HIV, vacinas, contraceptivos e medicamentos do chamado ‘’kit intubação’’.
A equipe da ministra da saúde Nisia Trindade negocia a troca de parte dos remédios com a indústria. A lista dos itens do SUS estão armazenados na central de distribuição de saúde desde 2018, sob sigilo, e foi mantida dessa maneira pelo atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A atual gestão tem encontrado dificuldades para repassar os medicamentos para estados e municípios. Através de dados, o ministério armazenava 4,5 milhões de comprimidos de darunavir, produto usado para o tratamento de HIV. Avaliado em R$ 26 milhões, o medicamento representa 20% de uma compra feita em 2020. A ministra atual, culpa o governo Bolsonaro pelo acúmulo de produtos com validade curta. Integrantes do ministério afirmam que as compras foram feitas sem planejamento.
O ministério ainda guarda cerca de 7,1 milhões de frascos de imunizantes de diversas doenças, desses, 4 milhões da vacina meningocócica que protege crianças contra a meningite. Também vence até o fim de julho 10 milhões de unidades de sedativos utilizados no tratamento de pacientes intubados.
O Ministério da Saúde, informou através de nota, que conseguiu evitar a perda de cerca de 775,3 mil unidades de medicamentos através de doações e entregas a unidades do SUS. Os medicamentos foram adquiridos em grande escala, com atraso, quando o sistema de saúde ficou desabastecido, no período da pandemia.
O Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) afirmou não ter tido acesso ao estoque.