SBT é condenado a pagar lua de mel à integrantes de reality show
A emissora perdeu recurso e os noivos ganham ação após quatro anos de batalha na Justiça de São Paulo

O casal de nutricionista e editor de vídeo de São Paulo ganhou a ação que movia contra o SBT onde, durante um episódio do programa Fábrica de Casamentos em que participaram, eles ganharam uma viagem para Acapulco, no México, que não foi concedida até hoje.
No processo aberto contra a emissora, segundo informações do colunista Ricardo Gentile, do UOL, os noivos relataram que foram criadas diversas dificuldades para que eles não pudessem usufruir do prêmio.
Um dos empecilhos colocados pela emissora foi a restrição às datas escolhidas para a viagem, além do fato de não terem sido avisados que o voo teria escala nos Estados Unidos e que precisariam obter o visto americano.
"O casal nunca teve uma definição ou qualquer comprovação de que a viagem seria de fato realizada, como por exemplo, o envio de documentação que demonstrasse a reserva de hotel ou até mesmo a aquisição de passagens aéreas em seus nomes", declarou à Justiça a advogada do casal, Vanessa Azevedo Rascov.
Os réus terão que pagar cerca de R$ 38,7 mil ao casal, valor que considera a despesa com a viagem e uma indenização por danos morais, além de juros e correção monetária.
A emissora foi condenada em primeira instância, recorreu e perdeu novamente no Tribunal de Justiça. Também foram condenadas as empresas Discovery Networks Brasil, Formata Produções e Conteúdo Ltda. e Cinqtours Viagens e Turismo Ltda., parceiras na realização do reality.
O SBT e as demais empresas ainda podem recorrer da decisão. Em sua defesa, a emissora argumentou que "ocorreram situações incontroláveis que atrasaram o momento de veraneio em praias mexicanas".
A Discovery disse que não manteve relação contratual com o casal, que não possui conhecimento sobre a promessa da viagem e que não pode ser responsabilizada pelos fatos.
A Cinqtours Viagens alegou que a lua de mel não ocorreu porque o casal não tinha visto para os EUA, onde seria realizada a escala. A Formata afirmou à Justiça que houve uma doação, que "poderia ser desfeita a qualquer momento".
As empresas podem apresentar novo recurso.