Técnicos de enfermagem do Azevedo Lima relatam estar recebendo menos de um salário mínimo
Com mudança de gestão, funcionários dos setores maternidade e clínica relatam estar recebendo R$ 1.283,59

Os técnicos de enfermagem do Hospital Estadual Azevedo Lima (Heal), no Fonseca, em Niterói, denunciaram ter sofrido, nesta semana, uma redução não prevista no salário. Segundo eles, com a mudança, técnicos de alguns setores da unidade passaram a receber menos de um salário mínimo depois que a gestão do Hospital passou para a Fundação Estadual de Saúde.
Profissionais da unidade contaram que foram informados pela administração da unidade que as propostas de valor dos salários não sofreriam diminuições com a transição de gestão. Apesar disso, na última segunda-feira (27), os técnicos receberam a informação de que passariam a receber R$ 1.283,59.
"Os funcionários do Azevedo Lima estão sendo humilhados pela nova gestão que assumiu no dia 27/02, pagando menos que o salário mínimo para um técnico de enfermagem, rebaixando o salário do enfermeiro para 2.500 reais. Vale ressaltar que somos referência em maternidade de alto risco e porta aberta. E não foi o que a fundação em reunião prometeu, disse que não receberíamos o mesmo salário e que nada mudaria", contou uma funcionária, que preferiu não se identificar.
Uma das profissionais explica que a mudança para o valor abaixo do salário mínimo aconteceu nos setores de maternidade e clínica médica. "Injusto. Por que só esses dois setores tiveram essa redução absurda se trabalhamos da mesma forma que os demais?", questionou outra técnica do Heal, que também preferiu não ter a identidade revelada.
"É desumano isso. Trabalho ali há 9 anos e nunca vi uma coisa dessas. Estou me sentido um lixo. Os funcionários [estão] com o psicológico totalmente abalado, não conseguindo nem descansar", disse outra, em relato anônimo.
Procurada pela reportagem de O SÃO GONÇALO, a Secretaria de Saúde do estado declarou que "os contratos foram refeitos considerando o piso salarial, conforme planejamento, com a absorção do RH no novo contrato de gestão". Em nota, a SES também disse que a transição de gestão no Heal "foi planejada, contando inclusive com uma equipe da SES e da Fundação Saúde atuando na unidade nas últimas três semanas".