Cidades debaixo de água

Cidades debaixo de água
Último dia do mês foi de chuva intensa durante todo o dia em todos os municípios da região
>> Rua Oliveira Botelho, principal via de Neves, ficou completamente alagada após o temporal
>> Morador aproveitou rua inundada para praticar stand up paddle
O mês de fevereiro mais chuvoso no Estado desde 2008 chegou ao seu último dia causando transtornos em cidades da região. Motoristas ilhados, estudantes presos nas escolas, lixo e esgoto invadindo as casas, eram as principais reclamações durante todo o dia de ontem. Quem seguia do trabalho para casa levou bem mais tempo que o habitual.
De um canto a outro, moradores de São Gonçalo sentiram o impacto das chuvas. Em Neves, não foi necessário muito tempo para que a Rua Oliveira Botelho, principal via do bairro, alagasse. Ruas do Jardim Catarina, que submergiram nas chuvas do início do mês, mais uma vez ficaram alagadas. O volume de água do Rio Alcântara subiu e tomou as ruas do Coelho. Moradores do Condomínio da Marinha, em Alcântara, relataram que o rio esteve a poucos centímetros de transbordar no início da noite, quando ainda chovia muito na localidade. “Começou a chover forte por volta das 15h, e a sirene de alerta tocou algum tempo depois. O trânsito ficou parado’, contou a dona de casa Rosane Moreira. No Rocha, um vazamento de esgoto se juntou à chuva e formou um longo rio de água poluída na altura da Rua Mariano Garcia. “É um vazamento que nos aflige há seis meses, e agora se transformou numa lagoa negra”, disse a microempreendedora Andréa Henriques.
Em Niterói, pontos de grande fluxo, conhecidos como trechos críticos em dias de chuva, alagaram e deixaram a cidade parada. Em Icaraí, em ruas alagadas, a passagem de veículos provocava ondas, prejudicando a passagem de pedestres pelas calçadas.
Na Avenida Roberto Silveira, o quadro também era dramático, o que fez com que um morador improvisasse o equipamento de stand up paddle como ‘bote’. No Ingá, uma árvore caiu e atingiu três carros. No Terminal Rodoviário João Goulart, no Centro, usuários sofriam com a escassez de ônibus, já que os veículos não conseguiam chegar até o local. No bairro São Joaquim, em Itaboraí, a falta de saneamento básico mais uma vez castigou os moradores. “Até as casas onde não costumava entrar água foram afetadas. Teve vizinho que perdeu móveis e eletrodomésticos, quando o valão transbordou”, relatou o estudante Marcos André.
Defesa Civil - As prefeituras da região decretaram estado de alerta. Em São Gonçalo, a determinação deve seguir até a quinta-feira, último dia com chuva forte, seguindo as previsões meteorológicas. A secretária municipal de Infraestrutura, Ana Cristina Silva se reuniu com equipes dos departamentos de Limpeza Urbana, Manutenção e Parques e Jardins para estudar as medidas cabíveis para os próximos dias. Em Maricá a população foi orientada a ficar em casa. Os pontos mais atingidos foram Ponta Negra, Itaipuaçu, Boqueirão, São José do Imbassaí, Bananal e Centro. “A Defesa Civil prossegue com o monitoramento por pluviômetros. Em caso de emergência, a população pode nos acionar pelo 199”, informou o órão municipal. A Prefeitura de Niterói prevê descargas elétricas, rajadas de vento e grande volume de chuva também para hoje e recomenda que a população fique atenta aos alertas sonoros, que indicam perigo de deslizamento. O ideal é que, ao ouvi-los, os moradores se desloquem para os pontos de apoio indicados pela Defesa Civil. Outra dica orienta quanto às rachaduras nas residências. Ao perceber trincas ou abalos na estrutura, o o morador deve acionar a Defesa Civil pelo 199 e evitar permanecer em casa. Bombeiros também podem ser comunicados em casos de emergência pelo 193.