Moradores relatam rastro de poluição e mau cheiro deixado por fábrica em Tanguá
Segundo relatos, odor chega até mesmo no município vizinho de Itaboraí

Além do calor habitual, os dias de verão são ainda mais desafiadores para quem mora próximo a fábrica de rações Patense, em Mutuapira, Tanguá, de acordo com os relatos de moradores da região. Habitantes do município e de bairros na cidade vizinha de Itaboraí contam que a sede da empresa, localizada em um distrito industrial próximo a rodovia BR-101, tem deixado um rastro de mau cheiro na região.
Os depoimentos são de que os dejetos e a produção da indústria de rações para animais de estimação poluem o ar da região e deixam um odor que já chegou a fazer alguns moradores passarem mal. “Chega aqui no bairro o mau odor, que causa uma sensação de náusea, de vômito. As pessoas não conseguem dormir devido à poluição que ocorre constantemente no nosso ar”, afirma Roseane Nobre, de 49 anos, que mora em Vila Brasil, em Itaboraí, que fica a cerca de 20 quilômetros de distância da unidade.
O itaboraiense Adão Almir Roza, de 60 anos, conta que lá no bairro de Nancilândia é à noite que o cheiro piora. “Isso tem sido um problema crônico já há algum tempo. É sempre à noite que vem esse cheiro, pela madrugada”, ele reclama. Em outros cantos do município, porém, o cheiro é forte o dia todo; tem gente que já chegou a mudar de casa pro conta do problema, que já se repete há alguns verões, conforme contam os moradores.
“Antes de vir para Manilha, eu morava na Colônia, já morei em Engenho Velho e lá, tem dias que o cheiro dessa fábrica está insuportável. Esse foi um dos motivos de eu ter me mudado de lá. É uma falta de respeito muito grande com os moradores de Tanguá e Itaboraí. Se aqui em Itaboraí está desse jeito, imagina em Tanguá”, denuncia Eyshylah Dias, de 24 anos.
Procurada pelo jornal, a fábrica de rações não respondeu às acusações até o momento da publicação desta matéria. Moradores da região já estiveram no local, mas relataram não terem conseguido uma resposta dos responsáveis a respeito das medidas a serem tomadas para resolverem o problema.
Enquanto isso, habitantes da região, como Nete Gache, de 50 anos, residente de Nova Cidade, seguem indignados com a situação. “É impossível, insuportável o cheiro que exala durante o dia, durante a noite. Eu moro bem distante da fábrica e conheço, vejo pessoas que moram bem mais distante do que eu reclamando desse cheiro de podre horroroso”, declara.
A Prefeitura de Tanguá ainda não se manifestou sobre a situação.
* Em apuração