Cresce número de mulheres que bebem demais, diz pesquisa
Publicitária e escritora traz relatos pessoais sobre o assunto, confira
Dados do Ministério da Saúde, divulgados na última semana, revelaram que o índice de mulheres entre 18 e 24 anos que bebem além do recomendado, cresceu de 14,9% para 18% de 2010 a 2018.
Os dados revelam que uma em cada quatro mulheres que bebem consomem álcool de maneira abusiva, e 1 a cada 50 cria um grau de dependência na bebida. Um relatório produzido pelo Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (CISA) quantifica esse problema: entre 2010 e 2018, houve um aumento de 19% na quantidade de internações relacionadas ao uso de álcool entre as mulheres.
O alcoolismo, termo geral que define a dependência de um ser humano ao álcool, afeta a saúde humana intensamente. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o uso nocivo do álcool pode causar mais de 200 doenças e lesões, como alguns tipos de câncer, doenças cardiovasculares, hepáticas e infecciosas, além dos extensos danos sociais e psicológicos.
Cientificamente mais suscetíveis aos efeitos do álcool, as mulheres correm um risco maior de desenvolver dependência e estão mais expostas às doenças ligadas ao consumo excessivo de bebidas alcoólicas.
A publicitária Bia Garbato conhece bem os efeitos do álcool no corpo e na moral. Diagnosticada com Transtorno Bipolar, ela bebia de forma exagerada nos episódios de euforia da doença.
Decidida a dar um fim na situação, Bia procurou ajuda e hoje se realiza com os prazeres da vida sóbria.
"Deixando de beber, conheci o lado bom de estar sóbria. O prazer de ir a uma festa pela música, pelos encontros e pelas conversas que vou lembrar depois", relata em seu novo livro "Bipolar, sim. Louca, só quando eu quero".
Álcool, o mau companheiro em transtornos
Diagnosticada com o distúrbio que afeta cerca de 140 milhões de indivíduos no mundo, a autora contesta os estigmas sociais com bom humor e irreverência.
“As pessoas não contam pra todo mundo que têm diabetes? Por que eu não posso contar que sou bipolar?”, questiona.
Mesmo aconselhada a esconder sua condição para evitar o preconceito, ela acredita na transparência como o caminho da autoaceitação e da conscientização.
Mas esse empoderamento foi conquistado a partir de um processo cheio de altos e baixos marcado por episódios de depressão e mania, os dois polos da bipolaridade.
O primeiro, bem conhecido, está relacionado com o sentimento constante de tristeza profunda. Já o estado maníaco pode ser traduzido como momentos de euforia expressiva, que geram muita instabilidade emocional, prejudicam o sono, favorecem os comportamentos de risco e intensificam os hábitos compulsivos.
As compulsões, aliás, também são tema do livro. A bebida, que sempre a acompanhava nos episódios de euforia, o cigarro e a comida são alguns dos vícios superados pela autora.
Na busca por uma vida mais saudável, Bia perdeu 30 quilos em uma dieta transformadora. O processo de emagrecimento está registrado nas páginas de seu livro, além de outras passagens engraçadas que não têm pretensão de defender ou incentivar padrões irreais de beleza.
O livro pode ser adquirido, clicando aqui.