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Contagem regressiva para a Copa: comerciantes do Alcântara entram ‘no clima do Hexa’

Expectativas para vendas durante período de jogos é positiva, segundo Associação Comercial do bairro

relogio min de leitura | Escrito por Felipe Galeno | 18 de novembro de 2022 - 15:57
Taís e Francisco, que trabalham juntos em uma barraca da Rua da Feira, estão aguardando um aumento nas vendas com o início dos jogos do Brasil
Taís e Francisco, que trabalham juntos em uma barraca da Rua da Feira, estão aguardando um aumento nas vendas com o início dos jogos do Brasil -

O tradicional vermelho natalino que costuma dominar o visual das barracas de rua em Alcântara, em São Gonçalo, nos últimos meses do ano, deu lugar, em 2022, ao verde e amarelo. Os vendedores de rua e estabelecimentos populares do centro comercial mais agitado do município já começaram a preparar as vendas para a Copa do Mundo no Qatar, que começa no próximo domingo (20).

A confiança dos vendedores no ‘clima do Hexa’ para alavancar as vendas não é infundada. Segundo o presidente da Associação Comercial, Empresarial, Industrial e Rural de Alcântara (ACEIRA), Fabiano Rodrigues, os levantamentos apontam para resultados bem positivos para os profissionais do setor.

“De acordo com estudos que recebemos de organizações do comércio, 65% das pessoas que moram no estado do Rio de Janeiro têm a tendência de estar consumindo algum tipo de artigo para a copa do mundo. A gente tá muito esperançoso. Acreditamos que vamos ter um crescimento muito positivo, de 7% a 8% em relação a outra Copa do Mundo”, estima Fabiano.

A loja de artigos para festa em que a vendedora Ingrid, de 32 anos, trabalha, apostou nessa esperança para investir na venda de vuvuzelas, bolas e camisas do Brasil “As vendas estão indo bem. O povo ainda está um pouco dividido, uns mais empolgados e outros menos, mas até que começou bem”, aponta Ingrid.

Taís e Francisco, que trabalham juntos em uma barraca da Rua da Feira, estão aguardando um aumento nas vendas com o início dos jogos do Brasil
Taís e Francisco, que trabalham juntos em uma barraca da Rua da Feira, estão aguardando um aumento nas vendas com o início dos jogos do Brasil |  Foto: Filipe Aguiar
  

Fora das lojas, boa parte dos donos de barraquinhas, ambulantes e vendedores informais parecem concordar que, apesar do movimento, o começo das vendas ainda está um pouco tímido. “ Tá no começo ainda. Mais para frente vai melhorar. O Brasil tem que ganhar o primeiro jogo, aí que vai começar a ‘dar venda’”, acredita Francisco, de 58 anos, que vende camisas do Brasil em uma barraca na rua João Caetano, a famosa ‘Rua da Feira’.

Sua colega de trabalho, Taís, de 37 anos, que trabalha na mesma barraca, pensa que a data do evento esportivo pode ser um problema em potencial para o movimento do comércio. “Esse ano foi Copa misturada com eleição e Natal, então dividiu bastante”, conta a comerciante.

Vendedora em outro ponto do mesmo endereço, Emanuele, de 28 anos, concorda que a mistura de festas de fim de ano com jogos não ajuda muito. “Acho que misturou com o Natal, não ficou legal a data. Pessoal não sabe se faz compra para a Copa ou para as festas”, reclama a dona da barraca de artigos diversos.

Já alguns nichos de venda não têm sentido esse impacto da mistura de datas. Comerciante em uma barraca de roupas infantis na Rua da Feira, Cíntia, de 27 anos, relata que “o que mais tá saindo” são camisas do Brasil. “Para roupa de criança, as vendas estão muito boas”, garantiu a jovem.

A vendedora Cíntia conta que o clima de Copa tem sido positivo para venda de roupas infantis
A vendedora Cíntia conta que o clima de Copa tem sido positivo para venda de roupas infantis |  Foto: Filipe Aguiar
  

Ela afirma que os artigos ‘verde-e-amarelos’ andaram em alta no mês passado, por conta das eleições, mas já tinham experimentado uma nova queda. “Depois que o Bolsonaro perdeu, as camisas do Brasil deram uma ‘caída’. Agora, com a Copa chegando, já voltaram a sair bastante”, conta.

Se não fossem as vendas, porém, ela não estaria se importando com nenhum dos dois motivos. “Eu odeio jogo. Futebol e política são duas coisas que não gosto de jeito nenhum”, confessa Cíntia, que só está torcendo por vitórias para impulsionar o trabalho.

Além das crianças, com as peças de roupa infantis, outro público que já encontra, em Alcântara, os ‘looks’ para poder assistir aos jogos da Seleção Brasileira são os ‘nerds’ e ‘otakus’. Um dos estabelecimentos especializados em vestuário geek no bairro já colocou, em um de seus pontos de venda na Rua da Feira, camisetas com estampas que misturam os personagens de anime e de outras produções da cultura pop com a bandeira e o mascote do Brasil. 

“A gente meio que foi juntando os estilos. Tem blusas tipo essa, que tem o Canarinho da Copa junto com o Luffy, do One Piece. Tem estampa do Justiceiro, Iron Maiden, misturados com Brasil”, apresenta João Vítor, de 19 anos, funcionário da loja de roupas. Diferente de alguns outros vendedores, a preocupação do jovem pelo desempenho do Brasil na Copa vai além das razões comerciais. “Brasil ganhando é bom para as vendas e para o povo, né. Eu mesmo nunca vi o Brasil ganhando. Se Deus quiser vai ‘dar bom’ e a gente vai ver o Hexa esse ano”, torce o comerciante.

"Eu mesmo nunca vi o Brasil ganhando. Se Deus quiser vai ‘dar bom’ e a gente vai ver o Hexa esse ano”, acredita o vendedor João Vítor
"Eu mesmo nunca vi o Brasil ganhando. Se Deus quiser vai ‘dar bom’ e a gente vai ver o Hexa esse ano”, acredita o vendedor João Vítor |  Foto: Filipe Aguiar
 

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