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Prefeito Leandro Peixe 'cai na rede' do MP por 'farra dos cachês' em Rio Bonito

Promotores investigam denúncias de irregularidades em gastos de R$ 2,5 milhões com festa na cidade

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 25 de outubro de 2022 - 09:01
Dinheiro foi gasto em quatro dias, na 1ª Festa da Bananada da cidade de 60 mil habitantes
Dinheiro foi gasto em quatro dias, na 1ª Festa da Bananada da cidade de 60 mil habitantes -

O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) está investigando denúncias de irregularidades na contratações de artistas e gastos com infraestrutura no valor de cerca de R$ 2,5 milhões realizadas pelo prefeito de Rio Bonito, Leandro Peixe (Republicanos) para a 1ª Festa da Bananada da cidade, que aconteceu entre os dias 12 e 15 de outubro, no Parque de Exposição do município. Para animar os quatro dias do evento, Peixe pagou aproximadamente  R$ 1,2 milhão em cachês para a contratação de Bruno e Marrone, Thiaguinho, Xande de Pilares e Felipe Araújo. Para montar a estrutura do evento, o prefeito teria gasto mais R$ 1,37 milhão.

"A 1ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva do Núcleo Itaboraí instaurou, na última terça-feira (18/10), um procedimento preparatório de inquérito civil para apurar a legalidade e a economicidade das contratações públicas referentes ao evento Festa da Bananada, promovido pelo Município de Rio Bonito, nos dias 12, 13, 14 e 15 de outubro de 2022, no Parque de Exposição do Município de Rio Bonito. Em diligências, foi oficiado ao Município de Rio Bonito, requisitando documentação e informações, com prazo de 30 dias para resposta”, diz a nota enviada a O SÃO GONÇALO pelo Ministério Público.

Leia Mais:  Que isso, 'Peixe'? Prefeito de Rio Bonito faz 'farra' de R$ 2,5 milhões com festa e cachês de artistas

O valor do cachê dos grandes artistas, contratados para os show na cidade de apenas 60 mil habitantes, é maior que o reservado no orçamento para o investimento anual das secretarias de Cultura e Turismo (R$ 957 mil); de Saúde (R$ 3 mil), de Assistência Social (R$ 3 mil); e no Fundo Municipal do Idoso (R$ 5 mil) e Controladoria Geral do Município (R$ 59 mil), o que totaliza R$ 1.027.000,00 para todo o ano de 2022, conforme a Lei Orçamentária de 20 de dezembro de 2021.

Segundo a Lei Orçamentária Anual de Rio Bonito, o orçamento de 2022 da própria Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Semcut), responsável por organizar os festejos e contratar os artistas, é menor do que o cachê de R$ 1,2 milhão pago aos cantores convidados.

O valor destinado à Semcut seria para gastos com infraestrutura turística, manutenção da Biblioteca Municipal, promoção e divulgação de eventos e serviços públicos e implementação de um centro cultural na antiga estação ferroviária da cidade.

Alguns cidadãos chegaram a usar as redes sociais para criticar os valores gastos no evento. Para eles, os cachês deveriam ser destinados a outras prioridades do município, como a saúde.

Essa não é a primeira vez que a prefeitura se vê no meio de uma polêmica por conta de um alto cachê pago a artistas para um evento de Rio Bonito. Na festa de 176 anos de aniversário da cidade, entre 5 e 8 de maio, foram gastos quase R$ 2 milhões, sendo R$1.207,650 em cachês para Zezé di Camargo e Luciano, Ludmila, Ferrugem, entre outros; e mais R$ 542.812,00 em infraestrutura, montagem de palco e banheiros químicos.

OSG procurou a Prefeitura de Rio Bonito para esclarecer a sua versão dos fatos, que emitiu a seguinte nota, através de sua assessoria de comunicação:

"Todos os valores investidos na primeira Expo Agro - Festa da Bananada de Rio Bonito estão disponíveis no site da Prefeitura, por meio do Portal da Transparência. Informamos ainda que, cópias de documentos referentes ao processo serão entregues ao Ministério Público, conforme solicitação e respeitando o prazo legal estabelicido pelo órgão ministerial. Dado o retorno processual, emitiremos uma nota de esclarecimento repudiando todas as informações inverídicas e enviesadas publicadas por veículos locais de comunicação", finaliza a nota.

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